Especialmente tratando-se de uma prova que se realiza há mais de 40 anos, é caso para pensar que a decisão só pode pecar por tardia: a ASO, entidade responsável pela organização do Rali Dakar, vai criar uma nova categoria de competição, já para 2021, destinada aos veículos clássicos e históricos!
A decisão está a ser avançada pelo espanhol Diariomotor, o qual acrescenta que a medida de criar uma categoria para os veículos clássicos, está já a ser encarada como um das grandes novidades da edição de 2021 do Rali Dakar.
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Ainda segundo a mesma fonte, o próximo mês de Abril, deverá trazer informações mais precisas sobre esta intenção, que resulta dos muitos pedidos já apresentados por vários pilotos, que pretendem participar no mítico rali, com veículos históricos. Alguns deles, que contribuíram, inclusivamente, para fazer a história do Rali Dakar.
Mais países a caminho
Entretanto e a par desta anunciada novidade, a organização estará, igualmente, a ponderar, a hipótese de acrescentar mais países à formula atualmente em vigor e que tem, para já, como único palco, as areias da Arábia Saudita. País que, recorde-se, celebrou um contrato de cinco anos com a ASO, para ser o anfitrião da prova.
Contudo e embora esta nova parceria esteja apenas no primeiro ano, as notícias referem que a organização francesa está já a conversações com os altos responsáveis sauditas, com o objetivo de os convencer a aceitar a participação de outras nações em redor.
Mais segurança para os motards também é prioridade
Igualmente na agenda da ASO, está, ainda e neste momento, a necessidade de criar mais medidas de segurança para os motards.
Especialmente depois da última edição ter ficado marcada pela morte de dois motards, o português Paulo Gonçalves e o holandês Edwin Straver, a organização francesa está já em conversações com a Federação Internacional Motociclismo (FIM), presidida por outro português, Jorge Viegas, tentando encontrar, não apenas os principais motivos, como também potenciais soluções de segurança, que permitam evitar mais situações do género.
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Entre as causas em debate, estão a fadiga, a desidratação, a velocidade, os erros de navegação, as potenciais distrações, a visibilidade limitada e a exatidão do Roadbook. Sendo que o objetivo é determinar, já para 2021 e com o apoio de um ex-motard, as secções mais perigosas no traçado do Dakar e das restantes provas do Mundial, onde os participantes passarão a ter circular a velocidades mais baixas e controladas.
Restritores e airbags podem ser (parte da) solução
A par desta obrigatoriedade, os dois organismos analisam ainda a possibilidade de impor uma limitação de velocidade e de potência nas motos, nomeadamente, através da instalação de uma braçadeira de admissão no motor, a testar nos próximos meses, mais precisamente até junho.
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Finalmente, em cima da mesa está ainda a possibilidade dos motards participantes no Dakar virem a ter de utilizar uma espécie de airbags semelhantes aqueles que já se utilizam no Mundial de Motociclismo de Velocidade. Medida que pode ser acompanhada ainda da introdução de um novo aparelho de Roadbook, mais compacto, que deixe de ser a razão de algumas lesões na queda.
De resto, o próprio presidente da FIM, o português Jorge Viegas, veio já congratular-se com a reunião já realizada com a ASO e que considerou "muito construtiva, no objetivo de reduzir o número de acidentes que têm lugar no Rali [Dakar], algo que é uma prioridade para a FIM, especialmente no Dakar."
"Vamos experimentar novas soluções, já a partir do início desta temporada, as quais irão sendo ajustadas de acordo com as necessidades. A participação da ASO, KTM, Husqvarna, Hero, Honda, Yamaha, mas também dos pilotos Sam Sunderland e Adrien Van Beveren, vai permitir-nos trabalhar de forma a assumirmos este desafio e garantir a sustentabilidade deste campeonato espetacular e único", afirmou, em declarações reproduzidas pelo Diariomotor, Jorge Viegas.