Após acidente. Presidente da Toyota alerta para perigos da Condução Autónoma

Depois de um acidente com e-Palette, o Presidente e CEO da Toyota afirma-se preocupado com a pressa relativamente à Condução Autónoma.

Depois de um acidente com um dos veículos autónomos colocados à disposição da organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o Presidente e CEO da Toyota veio já expressar a sua preocupação com a forma como está a acontecer a implementação da Condução Autónoma. Mais concretamente, a urgência com que os construtores procuram colocar carros autónomos nas estradas.

O caso começou com um acidente, no passado dia 26 de agosto, envolvendo um dos veículos da frota 100% autónoma que a Toyota colocou, em testes, ao serviço da organização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, e um atleta participante no evento.

O acidente ocorreu numa altura em que o veículo - e-Palette - seguia a cerca de 1,6 km/h e embateu num pedestre deficiente visual, sem, no entanto, causar quaisquer ferimentos. Mas que acabou motivando, não somente um pedido de desculpas formal da parte do presidente da Toyota Motor Corporation, Akio Toyoda, como também uma manifestação de preocupação, quanto à forma demasiado rápida como os veículos autónomos têm vindo a ser implementados.

Os Toyota e-Palette em acção
Os Toyota e-Palette em acção

"Não acredito que seja realista pensar que os carros autónomos possam, desde já, circular nas estradas do dia-a-dia", afirmou, durante um vídeo divulgado após o acidente, Akio Toyoda. Questionando, mesmo, a atual corrida em que vários construtores automóveis se encontram, tentando ser os primeiros a disponibilizarem tecnologias e veículos com Nível 5 de Condução Autónoma.

"Existe, atualmente, uma pressão sobre os fabricantes de automóveis, para que sejam os primeiros a lançar veículos de Nível 5, mas eu continuo a dizer que nós não estamos disponíveis para entrar nessa corrida", completou.

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Quanto à experiência com os e-Palette, a Toyota levou a cabo, na sequência do acidente, uma rápida investigação ao sucedido, tendo decidido promover várias alterações no projecto, antes de reactivá-lo. Mais precisamente, equipando os veículos com um segundo motorista, ao mesmo tempo que, ambos os comités, olímpico e paralímpico, aumentaram o número de guias nos cruzamentos da Vila Olímpica.

Aliás e conforma a Auto News recorda, esta não é primeira vez que Toyoda revela uma visão crítica sobre novos desenvolvimentos na indústria automóvel. Pois, já no início deste ano, o Presidente da Toyota não deixou de criticar aquilo que qualificou de corrida aos veículos elétricos, defendendo que o Japão ficaria sem eletricidade, já no Verão, se todos os veículos a circularem no país fossem elétricos.