Maior grupo político no novo Parlamento Europeu, o Partido Popular Europeu (PPE) não concorda com o objectivo já definido pela Comissão Europeia de acabar, definitivamente, com o comércio de veículos novos, equipados com motores de combustão, no espaço europeu, estando, neste momento, a preparar novas medidas que suavizem a implementação da proibição, já a partir de 2035.
A notícia está a ser avançada pela Automotive News Europe, recordando aquela que é a nova configuração do Parlamento Europeu, na sequência das eleições do passado dia 9 de março. E que veio determinar um total de 188 lugares para o PPE, numa câmara que alberga um total de 720 eurodeputados.
Entretanto e numa altura em que os vários grupos políticos debatem as respectivas prioridades para os próximos cinco anos de legislatura, numa reunião em Portugal, o PPE terá debatido, segundo um documento a que a agência noticiosa Reuters teve acesso, a alteração da política de emissões com origem nos veículos automóveis. Mais concretamente, "uma revisão das regras de redução de CO2 para os automóveis e vans novos, permitindo, ao mesmo tempo, o uso de combustíveis alternativos com emissão zero, para além de 2035".
No entanto e apesar desta vontade, o grupo parlamentar europeu dos populares ainda não revelou, concretamente, a forma como gostaria que a política de CO2 para os automóveis fosse alterada. Assumindo apenas que pretende "rever a proibição de motores de combustão" para além de 2035 e "desenvolver tecnologia de ponta" para essa mesma tecnologia.
Caso vá adiante, o desejo do populares europeus obrigará a recandidata a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ela própria membro da família política do PPE, a rever a Agenda Verde para a Europa, que fez aprovar durante o mandato que agora termina. E, isto, numa altura em que necessita de encontrar consensos junto dos vários grupos parlamentares, de forma a garantir a sua reeleição, recorda o Auto News.
O fim da combustão?
Recorde-se que a Comissão Europeia aprovou, em 2023, legislação que levará à proibição da comercialização, a partir de 2035, de veículos automóveis novos, no espaço europeu, quando equipados com motores a combustão que emitam CO2. Acabando, dessa forma, com a possibilidade de venda de carros movidos a gasolina ou gasóleo.
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No entanto e fruto da pressão da Alemanha, a maior economia da União Europeia, a Comissão assumiu o compromisso de criar uma figura de excepção para os automóveis que funcionem com recurso a combustíveis sintéticos, neutros em termos de CO2. O que, entre outras possibilidades, deverá permitir a continuação da comercialização da tecnologia de combustão.