Embora mais de metade dos portugueses admita poder vir a comprar carro em 2023, 65% também assume que, a possibilidade de optar por um veículo elétrico ou híbrido, esbarra no preço elevado que este tipo de propostas ainda apresenta. Se dúvidas houvesse...
A conclusão surge expressa no relatório 'Consumer Spotlight', desenvolvido pela Liberty Mutual, em conjunto com a Kantar e a Red C, para a seguradora Liberty na Europa, e subordinado ao tema "Compra de carro em 2023". O qual, realizado durante os meses de novembro e dezembro de 2022, junto dos consumidores de Portugal, Espanha, Irlanda e Irlanda do Norte, conclui, no que aos portugueses diz respeito, que, embora um em cada três consumidores esteja a pensar comprar carro, a maioria não pondera optar por um elétrico ou híbrido.
Ainda segundo este relatório, 65% dos 500 portugueses inquiridos considera que este tipo de propostas continuam a apresentar preços elevados, o que representa um factor dissuasor no momento da escolha. Ainda assim, 55% admite a possibilidade de vir a optar por um automóvel elétrico ou híbrido, com a maioria das respostas positivas a situarem-se na franja dos 18 aos 29 anos e no patamar entre os 30 e os 45 anos.
Igualmente entre as razões que atrasam a implementação deste tipo de veículos, surge o ainda escasso número de postos de carregamento (25%), não poder ou não querer instalar um ponto de carregamento em casa, e até mesmo o desconhecimento quanto às reais capacidades destas propostas (18%). Nomeadamente, com muitos destes inquiridos a acreditarem que são apenas para utilização em distâncias curtas, como é o caso das deslocações em cidade.
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Comentando estes números, o director executivo de Produto da Liberty Seguros na Europa, José Luís Garcia Camiñas, acredita que "o interesse em veículos elétricos e híbridos continuará a crescer, apesar de a incerteza económica e a inflação ainda condicionarem a decisão de compra este ano".
Também por estes motivos, o mesmo responsável defende a necessidade de, para além da compra do automóvel, ser "importante selecionar as coberturas específicas que estes veículos necessitam, tais como a recarga de emergência ou os danos causados em/ou por instalações de recarga".
Economia no cerne da decisão
Apesar das reticências face aos elétricos e híbrido, vale a pena também salientar o facto de quase 30% (29%) dos inquiridos assumir que, a decisão de trocar de carro em 2023, resulta da vontade de ter um automóvel mais económico em termos de combustível e/ou manutenção. Já 28%, aponta o facto do seu automóvel, ou já ter muitos anos, ou não ser suficientemente sustentável em termos de ecológicos, como razão para querer trocar de carro.
Finalmente e do total de pessoas que disse querer trocar de carro em 2023, 23% assume estar indecisas entre um automóvel novo e um em segunda mão, sendo que, apenas 16%, diz ter já decidido comprar um carro novo. Pelo contrário, 13%, diz que optará por um automóvel em segunda mão.