Numa altura em que, na Europa, a transição para mobilidade elétrica volta a estar na ordem do dia, o Primeiro-Ministro de Portugal garantiu, esta sexta-feira, em Bruxelas, que o Executivo não pensa mudar a sua posição de apoio ao fim da combustão, na União Europeia, em 2035. Ainda que esteja disponível para aceitar outras soluções tecnológicas zero emissões, para além da eletricidade.
Em declarações proferidas após mais um Conselho Europeu, em Bruxelas, e quando confrontado com o tema do fim da combustão, em automóveis novos, na União Europeia, o Primeiro-Ministro, António Costa, deixou a certeza de que, apesar das mais recentes tomadas de posição assumidas por estados-membro como a Alemanha ou a Itália, Portugal mantém o seu voto a favor do fim da comercialização de carros com motor a gasolina ou Diesel, já em 2035.
"Não, Portugal não está a pensar mudar de posição", afirmou, em declarações reproduzidas pela SIC Notícias, o Primeiro-Ministro, garantindo que "vamos manter as metas estipuladas para transição ecológica".
Ainda assim e numa altura em que países como a Alemanha defendem a necessidade de criar uma espécie de regime de excepção para soluções alternativas e descritas como igualmente ambientalmente neutras, como é o caso dos combustíveis sintéticos, António Costa não deixou de, sem abdicar das metas em termos de transição, manter "uma visão aberta relativamente ao conjunto de tecnologias que podem ajudar a alcançar os objectivos propostos". Já que, recordou, "não existe apenas uma só forma ou tecnologia".
"Sabemos que há várias formas de se alcançar a descarbonização da economia e, por isso, temos de ser tecnologicamente abertos", defendeu o António Costa, até porque "nenhum de nós pode ter a certeza de que não possam vir a surgir novas e importantes tecnologias, até 2035".
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Recordar que, depois de ter sido aprovado, no seio da União Europeia, a decisão de acabar com a comercialização de automóveis novos, com motores de combustão, a partir de 2035, foi já à última da hora que o Governo alemão decidiu ameaçar com o chumbo da implementação da medida, caso não fosse criada uma excepção para os motores que possam funcionar com combustíveis fósseis.
Tendo dentro das suas fronteiras alguns dos maiores e mais importantes fabricantes automóveis do mundo e que contribuem para fazer da sua economia o principal motor económico da própria União Europeia, a Alemanha rapidamente ganhou apoios de outros estados também eles com indústria automobilística, como é o caso da Itália, acabando, assim, por colocar na ordem do dia, e até emperrar, a aprovação de uma regulamentação que parecia já sem retorno possível.
Entretanto, contabilizam-se espingardas relativamente àquela que será a votação final, na União Europeia, sobre o tema...