De acordo com o estudo da MOBI.E sobre futuro da mobilidade sustentável em Portugal irão ser instalados mais de 80 mil postos de carregamento para veículos elétricos até 2050, o que implica um investimento de aproximadamente 1,7 mil milhões de euros. Rede de hidrogénio não foi esquecida.
Um dos constrangimentos apontados a uma penetração mais rápida de veículos elétricos no parque circulante está relacionado com a infraestrutura (ou falta dela) de postos de carregamento. Para determinar as necessidades do país, a MOBI.E, entidade gestora da rede, fez um estudo sobre o futuro da mobilidade sustentável.
O referido documento, cujas conclusões foram apresentadas publicamente numa cerimónia que contou com a presença do secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, prevê que, até 2025, sejam criados mais de nove mil pontos de carregamento e mais de 76 mil até 2050, totalizando, nessa altura, mais de 80 mil pontos.
O reforço desta infraestrutura vai obrigar a um investimento superior a 1,7 mil milhões de euros para que Portugal possa cumprir as metas traçadas no regulamento "Alternative Fuel Infrastructure Regulation" (AFIR).
De acordo com a MOBI.E, aquele investimento vai permitir uma poupança adicional de 3,3 milhões de toneladas de CO2, com um benefício económico estimado de 1,9 mil milhões de euros.
Postos rápidos e ultrarrápidos
Igualmente prevista está a criação de uma rede nacional de abastecimento de hidrogénio. O estudo aponta para 37 estações de abastecimento até 2030, num investimento na ordem dos 219 milhões de euros.
"Enquanto instrumento público para o desenvolvimento da mobilidade sustentável, é nossa responsabilidade proporcionar o crescimento mais acelerado de uma rede abrangente em todo o país, de maneira a facilitar cada vez mais a transição energética, mas também contribuir com informação e conhecimento que permita tomar as decisões mais acertadas neste processo", refere Luís Barroso, Presidente da MOBI.E.
Segundo os planos da gestora da rede de mobilidade elétrica, vão ser instalados, até 2050, 7750 postos rápidos e mais 10.200 ultrarrápidos. Atualmente, percentagem média de postos de carregamento rápidos e ultrarrápidos encontra-se nos 37% em Portugal, um valor que está acima da média europeia de 20%.
No que se refere aos pontos de carregamento para veículos pesados, o estudo aponta para a instalação de 1588 até 2050.
Um carregador por dez fogos
O estudo apresenta igualmente das relativos à potência, a qual é atualmente de 216 MW (acima do valor necessário de 195 MW), mas com uma previsão de alcançar os 1230 MW até 2030 e os 3320 MW até 2050.
Para clarificar alguns dos conceitos associados à mobilidade elétrica, o estudo refere que, para veículos com 300 quilómetros de autonomia, apenas são necessários cerca de dois carregamentos por mês (considerando uma distância média percorrida de 20km por dia) ou seis vezes por mês em zonas suburbanas ou rurais (onde a distância média percorrida por dia é 60 quilómetros).
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De acordo com o estudo não é necessário ter um ponto de carregamento por cada alojamento, mas sim um carregador por cada dez fogos, em zona de cidade, ou dois carregadores por cada dez fogos, em zonas suburbanas e rurais.
Segundo dados da ACEA integrados no estudo, é também de considerar que a percentagem de carregamentos efetuados em postos públicos é de 67% nas cidades, 52% nas zonas suburbanas e de 57% em zonas rurais.