A Porsche bateu novos recordes em 2021, não só em termos de vendas, com mais de 300 mil unidades entregues, mas também nas receitas e nos lucros operacionais. Será de referir que quase 40% dos veículos vendidos pela Porsche na Europa já eram, pelo menos, parcialmente eletrificados, mas o objetivo é superar 80% em 2030.
Pela primeira vez na sua história, a Porsche vendeu mais de 300 mil unidades em todo o mundo. O novo recorde foi alcançado em 2021, ano em que a marca alemã de automóveis desportivos também registou um novo máximo em receitas de vendas e em lucros operacionais. O construtor de Estugarda não hesita mesmo em reivindicar que é um dos fabricantes de veículos desportivos mais rentáveis do mundo.
Mas vamos aos números. As vendas totalizaram 33.1 milhões de euros em 2021, mais 4,4 mil milhões de anos do que no exercício anterior, o que constitui um crescimento de 15%. O lucro operacional, por sua vez, atingiu 5,3 mil milhões de euros, valor bastante acima do alcançado em 2020 que foi de 1,1 mil milhões de euros.
Segundo afirma Oliver Blume, Chairman of the Executive Board of Porsche AG, o resultado comercial positivo é baseado em "decisões corajosas, inovadoras" e orientadas para o futuro.
"A nossa indústria está a passar por aquela que é provavelmente a maior transformação da sua história", sublinha Oliver Blume. "Desde cedo que estabelecemos um caminho estratégico e somos robustos na frente operacional. Este sucesso deve-se ao trabalho de equipa".
Estrutura de custos saudável
Por sua vez, Lutz Meschke, Deputy Chairman of the Executive Board and Member of the Executive Board for Finance and IT da Porsche, considera que a "saudável" a estrutura de custos da Porsche AG constituiu a base para os bons resultados, assim como a atrativa gama de modelos.
"Os nossos números refletem o excelente poder de receitas da nossa empresa. Eles demonstram o nosso crescimento de valor e a robustez do nosso modelo de negócios de sucesso – mesmo em condições difíceis, como a escassez de semicondutores", salienta Lutz Meschke.
O cash-flow líquido (lucro após impostos, amortizações, reservas e provisões) da Porsche AG aumentou 1,5 mil milhões de euros, para 3,7 mil milhões de euros. Lutz Meschke entende que este indicador significa que a "Porsche está extremamente bem posicionada".
O desenvolvimento positivo também tem como base o ambicioso programa de rendibilidade para 2025, concebido para suportar de forma sustentável os lucros, através de novos e ambiciosos modelos de negócio.
"A Porsche aumentou ainda mais a sua eficiência e reduziu o nosso ponto de equilíbrio. Isto dá-nos margem de manobra para investir na viabilidade de futuro da nossa empresa, apesar da tensa situação económica", explica o Deputy Chairman of the Executive Board and Member of the Executive Board for Finance and IT da Porsche.
"Estamos a investir com determinação na eletrificação, digitalização e sustentabilidade. Estou otimista de que a Porsche vai sair ainda mais forte da crise global atual, acrescenta.
40% dos veículos já são eletrificados
No ano passado, o campeão de vendas da Porsche foi o Macan, 88.362 unidades entregues em todo o mundo, seguindo-se o Cayenne, com 83.071 unidades. O elétrico Taycan também está a conhecer uma boa aceitação, tendo as vendas duplicado para 41.296 unidades, ultrapassando o icónico 911, embora este último também tenha estabelecido um novo recorde, com 38.464 unidades.
Relativamente às vendas do Taycan, Oliver Blume não esconde a sua satisfação: "O Taycan é 100 por cento um Porsche e inspira todo o tipo de pessoas – atuais e novos clientes, especialistas e meios de comunicação". O CEO da Porsche AG adianta que a marca vai prosseguir a ofensiva elétrica com outro modelo: "Em meados da década, queremos oferecer o nosso desportivo 718, de motor central, exclusivamente elétrico."
Será de referir que em 2021, quase 40% do total de veículos Porsche vendidos na Europa já eram, pelo menos, parcialmente elétricos, isto é, híbridos plug-in ou elétricos a bateria. Os objetivos da marca são, porém, mais ambiciosos, pois pretende que a quota de veículos com motorização totalmente elétrica seja superior a 80% em 2030. Para os alcançar, o construtor de Estugarda está investir em estações de carregamento premium, juntamente com parceiros - e adicionalmente na sua própria rede de carregamento.
Outros investimentos estão a ser direcionados para tecnologias centrais, como produção de módulos e sistemas de bateria. No recém-fundado Cellforce Group, estão a ser desenvolvidas células de bateria de alta performance, que deverão estar prontas para produção em série em 2024.
Preocupação no curto prazo
Relativamente a um futuro mais imediato, a Porsche encara a tensa situação mundial com preocupação e desânimo. "Continuamos com esperanças no cessar das hostilidades e o regresso à diplomacia. A segurança e a integridade do povo são primordiais," afirma Oliver Blume, CEO da Porsche AG.
Para ajudar as pessoas na Ucrânia, a empresa doou um total de um milhão de euros. Os especialistas, numa task force, estão continuamente a determinar o grau de impacto nas atividades comerciais da Porsche. Os fornecedores das fábricas da Porsche foram afetados, o que significa que a produção dentro do prazo previsto já não é, em alguns casos, possível.
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"Temos meses desafiantes à nossa frente, tanto ao nível económico como político. No entanto estamos a manter o nosso objetivo estratégico, que tem estado firmemente fixado durante anos, de assegurar um retorno operacional das vendas de pelo menos 15% a longo prazo", acrescentou o CFO, Lutz Meschke.
"A nossa task force já tomou as medidas iniciais para salvaguardar os nossos rendimentos. Desta forma, queremos assegurar que podemos continuar a cumprir os nossos objetivos de rendimentos elevados. Este sucesso também depende de desafios externos que não podemos influenciar".
A nível interno, a Porsche considera que criou todas as condições para um modelo de negócio de sucesso: "Estrategicamente, operacionalmente e financeiramente, a Porsche está numa posição excelente. Consequentemente, olhamos para o futuro com confiança – e saudamos a consideração de uma IPO da Porsche AG. Isto permitiria à Porsche elevar o seu perfil e aumentar a liberdade empresarial. Ao mesmo tempo, a Volkswagen e a Porsche poderiam continuar a beneficiar de sinergias conjuntas no futuro".