Porsche Taycan Turbo Cross Turismo: Luzes. Câmara. Ação!

Muita ação é o que se pode esperar do renovado Porsche Taycan Turbo. A assinatura luminosa é a parte visível de um restyling que inclui uma bateria com maior capacidade e o aumento da potência para os 884 cv.

Muita ação é o que se pode esperar do renovado Porsche Taycan Turbo. A assinatura luminosa é a parte visível de um restyling que inclui uma bateria com maior capacidade e o aumento da potência para os 884 cv.

Diz-se que em equipa vencedora não se mexe. A Porsche parece ter seguido este chavão para o restyling do Taycan.

Aqui presente na carroçaria Cross Turismo, teoricamente capaz de se aventurar em pequenas deslocações fora de estrada, a carrinha elétrica da Porsche difere pouco do original, apresentado em 2019.

As novidades estão concentradas nas óticas, mais estreitas na frente e, pela primeira vez, com a possibilidade de utilizar a tecnologia HD-Matrix. Um total de 32 000 pixels individuais conseguem iluminar até 600 metros de estrada à frente do Taycan ou destacar um retângulo de luz com a largura do Cross Turismo para ajudar a passar por zonas estreitas.

Atrás a assinatura Porsche pode ser iluminada.

No interior há ainda menos alterações a registar.

As novidades encontram-se na interminável lista de opções, onde figuram novas combinações de cores e materiais para o revestimento de bancos e superfícies.

O aumento de potência, dos 680 cv para os 884 cv não se vê. Sente-se. Mesmo que este valor esteja apenas disponível durante o intervalo limitado da função overboost. A mesma que garante 890 Nm de binário para o Launch Control.

Em condições normais o Taycan Turbo Cross Turismo depende de 707 cv debitados por um par de motores. O traseiro tem caixa de duras velocidades, contra apenas uma do dianteiro, cuja nova programação permite que circule mais tempo em roda livre para reduzir os consumos.

Consumo acelerado

Num caso clássico em que a prática desmente a teoria, o Taycan Turbo Cross Turismo das imagens, com jantes opcionais de 21 polegadas, registou uma média de 24,1 kWh/100 km, muito acima dos 19,5 kWh/100 km homologados. O que não invalida que a média registada em estrada se situasse nuns interessantes 19,2 kWh/100 km.

Este valor, em conjunto com a nova bateria de 105 kWh (97 kWh úteis), garante 505 km de autonomia… desde que a velocidade se mantenha nos dois dígitos.

Viajar em autoestrada retira 100 km à autonomia. Os valores específicos do veículo apontam para 588 km entre carregamentos.

Graças ao aumento da capacidade de carregamento em corrente contínua de 270 kW para 320 kW, o Taycan Turbo Cross Turismo é tão rápido a gastar como a repor energia na bateria.

Em condições ideais de potência e temperatura é possível chegar dos dez aos 80% em 18 minutos. Dez minutos a 150 kW carregam 118 km e a 320 kW chegam aos 278 km.

Pé na tábua

Considerando os números com a frieza e o distanciamento necessários, 707 cv são um absurdo para circular em estrada. E no entanto, o Taycan Turbo Cross Turismo chega aos 884 cv e dispara até aos 100 km/h em 2,8 segundos.

Bastam 8,4 segundos para tocar os 200 km/h… uma loucura que faz todo o sentido quando nos sentamos ao volante. Especialmente por causa do valor mais pequeno: 1,5 segundos.

Ao contrário dos dados anteriores, o tempo da recuperação dos 80 aos 120 km/h não precisa de Launch Control. Está sempre disponível na ponta do pé direito.

Com o Taycan Turbo, mesmo nesta versão Cross Turismo com mais 20 mm de distância ao solo, aos quais o modo de condução Gravel acrescenta 10 mm, as ultrapassagens deixam de ser tema. Tal como o acesso às autoestradas.

Mesmo que os veículos que circulem na via venham ligeiramente acima dos 120 km/h regulamentares, o Taycan Turbo desaparece-lhes da frente num piscar de olhos.

Um poder de aceleração esmagador, capaz de deixar os quatro adultos mais o azarado que tiver de viajar ao meio literalmente colados ao banco. Tudo no mais absoluto silêncio.

Sem o sistema opcional Active Ride, capaz de inclinar o automóvel para o interior da curva, a suspensão pneumática de série, agora para toda a gama, mantém o Taycan horizontal. Os limites de aderência são inacreditáveis para uma carrinha com 2320 kg.

Independentemente do modo de condução (Range, Normal, Sport e Sport+), segue a linha apontada pela direção sem o mais pequeno desvio. Dá a sensação de que se pode fazer tudo sempre mais rápido.

A potência disponível é tanta que os modos de condução servem apenas para ajustar a resposta dos amortecedores, demasiado firmes para as estradas nacionais no Sport+.

Discos de cerâmica

Entre a ajuda do eixo traseiro direcional nas zonas mais técnicas e a resposta instantânea do acelerador, o Taycan Turbo voa pelas estradas secundárias. Literalmente.

Quando se conduz de acelerador a fundo é fácil, viciante mesmo, ver a velocidade entrar bem para lá dos três dígitos.

Quem sofre são os travões em composto de cerâmica, repetidamente solicitados a fazer desacelerações na ordem dos 100 km/h. Passam no exame, mas sem distinção devido ao tato inconsistente do pedal. Este deve-se, provavelmente, ao sobreaquecimento provocado pelo desenho fechado das jantes.

VEREDITO

Interativo como poucos, o Porsche Taycan continua a ser uma referência entre os automóveis elétricos. As prestações do Turbo rivalizam com superdesportivos mais pequenos e leves, enquanto a carroçaria Cross Turismo amplia o raio de utilização para além do asfalto. O lado racional diz que os 435 cv do Taycan 4 Cross Turismo (120 128 €) são mais do que suficientes ou, no limite, que os 598 cv do Taycan 4S Cross Turismo (133 166 €) representam um equilíbrio perfeito. Claro que o lado emocional anseia pelos 952 cv do Taycan Turbo S Cross Turismo (222 216 €).

FICHA TÉCNICA

Porsche Taycan Turbo Cross Turismo

PREÇO 185 693 € (226 437 € versão ensaiada)

MOTOR 2 X elétrico

POTÊNCIA 884 cv

BINÁRIO 890 Nm

TRANSMISSÃO Integral; Auto 1 vel.

COMP./LARG./ALT. 4,97/1,97/1,41 M

DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 2,90 M

BAGAGEIRA 84-405-1171 L

ACEL. 0-100 km/h 2,8 S

VEL. MÁX. 250 KM/H

CONSUMO WLTP 19,5 (24,1*) kWh/100 KM

CAPACIDADE DA BATERIA 105 kWh (97 kWh úteis)

AUTONOMIA 588 km (402 km*)

TEMPO DE CARGA (11 kW) 11 h (320 kW) 18 minutos até 80%

POT. MÁX. CC 320 kW

POT. MÁX. AC 11 kW

*Medições Turbo

GOSTÁMOS

NÃO GOSTÁMOS

Prestações
Comportamento
Chassis

Preço
Consumos
Travões pouco consistentes