A Porsche apresentou o Taycan e a Tesla reagiu de pronto nas redes sociais com as habituais "provocações". Porém, a pior das picardias pode mesmo partir da marca alemã que, em Portugal poderá ter uma versão base do Taycan alinhada nos 100 mil euros.
As comparações começaram no instante em que a Porsche apresentou o Taycan com uma potência superior à esperada: a versão Turbo S anuncia 761 cv, enquanto o Turbo chega aos 680 cv.
A surpresa causada por estes números parece ter enervado as hostes da Tesla, com o seu responsável máximo a reagir de imediato no Twitter, gozando o "bizarro" das designações mas rendendo homenagem ao tempo (7m42s) averbado pelo carro alemão na pista de Nurburgring.
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Mas a verdade é que Elon Musk terá muito mais com que se enervar já que a Porsche promete que a história só agora começou.
A marca vai investir até 2022 um total de seis mil milhões de euros nos planos de eletrificação e isso inclui novas derivações e mesmo novos modelos, já a começar em 2020 com a chegada do Taycan Cross Turismo, com uma vocação mais aventureira.
Porém, mesmo antes da chegada do Cross Turismo o Taycan vai expandir a sua oferta com versões que utilização as designações utilizadas pelos modelos a combustão, para uma mais fácil perceção do seu posicionamento por parte dos clientes da Porsche.
E o que pode "arrasar" os nervos aos homens da Tesla não é pouco: por um lado uma capacidade de produção que no arranque se situará nos 20 000 carros/ ano e, por outro, um alinhamento de preços que tem um alvo claro.
Para que tenhamos uma ideia o Taycan 4S deverá custar em Portugal cerca de 105 mil euros, enquanto a versão base deverá "cair" mesmo em cima dos 100 000 euros, segundo dados que nos foram avançados por Tomás Villén, Diretor-Geral da Porsche Ibérica.
É certo que os valores de potência e autonomia para estas duas versões não são ainda conhecidos e que a versão de 562 cv com 600 km de autonomia do Tesla Model S custa 90 mil euros.
Mas não é menos certo que a designação Porsche, para a maioria dos clientes, vale mais (muito mais) do que o diferencial de preço atrás referido.
Reagirá a Tesla com o regresso de uma versão com uma bateria de menor capacidade e, portanto, mais barata? O tempo dirá.
A verdade é que mesmo essa eventualidade não tira o sono aos responsáveis alemães que, por nós questionados disseram-nos que "isto é só o começo. Muita gente vai ficar surpreendida com aquilo que vamos apresentar".
Se à capacidade de engenharia somarmos o desafogo financeiro em que a Porsche vive (por oposição às dificuldades da Tesla), e se adicionalmente retivermos o facto (crucial) de a Porsche estar inserida naquele que é um dos maiores grupos industriais do Mundo, é fácil antever para que lado poderá pender esta "guerra" que já não é só de palavras.