Carros cuja sonoridade facilmente se torna pouco menos que viciante, a verdade é que existe um responsável na Porsche por tal feito. O seu nome é SAM e, ao contrário do que possa pensar, o seu papel tem-se tornado ainda mais determinante, desde que os elétricos apareceram!
Porque o som tem um papel importante também na forma como nos relacionamos com o mundo à nossa volta, marcando a nossa experiência sensorial, a Porsche não tem olhado a esforços para, em particular a partir de 2015, dar uma atenção muito especial à sonoridade dos seus carros.
Foi assim que, para trabalhar lado-a-lado com o engenheiro de som David Sadowski, a marca de Zuffenhausen "integrou" nos seus quadros SAM. Nome que, na verdade, é um acrónimo, cujo significado é, nada mais, nada menos, que 'Sound Acoustic Module' - SAM.
Na verdade e conforme o leitor poderá reparar nas imagens, SAM não é uma pessoa, mas uma espécie de busto, altamente tecnológico, criado em 2015 com o objectivo de ajudar a Porsche a avaliar e trabalhar o som dos seus veículos.
Um processo que, diga-se, tem vindo a tornar-se cada vez mais complexo e exigente, especialmente, a partir do momento em que a mobilidade elétrica começou a implementar-se. Com os bem mais silenciosos motores elétricos a "desconhecerem" a importância de todos os pequenos barulhos que, ao longo de mais de 100 anos, têm marcado a vivência entre automóveis e condutores. Manifestando, no seu caso, pouco mais do que um zumbido prolongado de fundo.
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No entanto e precisamente com o propósito de não perder a génese dessa entidade, também nos elétricos Porsche, a marca alemã destaca o facto de SAM, mesmo não sendo humano, possuir na sua cabeça todas as partes "acusticamente relevantes" de um ser humano. A começar, nas orelhas, cada uma com o seu próprio microfone e pré-amplificador para gravar todos os ruídos, garantindo a SAM uma audição com um alcance de até 130 dB. Tornando-o, neste capítulo, muito semelhante aos humanos na avaliação dos sons, desde o clique quase silencioso que resulta do toque em botões, até à sonoridade estridente de um seis cilindros.
"Embora não deixemos de recorrer a um sistema de medição binaural nos nossos auscultadores, que utilizamos enquanto avaliadores humanos, com o SAM, podemos levar sempre mais um par de orelhas para qualquer teste, colocando-o, inclusivamente, em qualquer zona do automóvel. No banco traseiro, por exemplo", explica o engenheiro de som da Porsche, David Sadowski.
De resto, o trabalho de SAM não se limita a uma qualquer sala ou hangar de som, mas prevê, igualmente, muitas viagens, uma vez que é utilizado nos mais diferentes ambientes.
Segundo a Porsche, SAM faz uma média de 1.900 quilómetros por ano, acompanhando, muitas vezes, os engenheiros da marca alemã nos testes de desenvolvimento, com a missão de garantir que, nesses novos modelos, a sonoridade continua a ser um elemento vital na experiência sensorial que é conduzir um carro do marca. Inclusive, no caso dos elétrico!
"Um motor elétrico pouco mais emite do que um discreto zumbido e é por isso que, por exemplo, o som do motor do Taycan, teve de ser enriquecido artificialmente. A nossa tarefa é, portanto, garantir a qualidade acústica, determinando se a verdadeira e genuína sonoridade Porsche foi mantida, independentemente do modelo", explica Sadowski.
Assim e agora que já conhece os segredos do emblemático som da Porsche, sempre que o ouvir, não se esqueça: agradeça ao SAM...