Numa altura em que a marca de Züffenhausen apresenta o seu segundo modelo elétrico, o Taycan Cross Turismo, têm sido muitos os rumores quanto ao futuro - periclitante - do Panamera. Dúvidas que, no entanto, acabam de ser dissipadas, através de uma tomada de posição do próprio CEO da Porsche, o qual admite como muito possível, uma terceira geração do coupé de quatro portas.
Modelos que podem apontar a clientes muito semelhantes, desde logo, devido à sua configuração, a verdade é que, especialmente depois do lançamento do elétrico Taycan, seguido da apresentação do Taycan Cross Turismo, não têm faltado os rumores dando conta da possibilidade do Panamera abandonar o line-up da Porsche.
Contudo e de uma forma que não deixa de ser inesperada, eis que o CEO da Porsche acaba de tomar posição sobre o tema, ao admitir, numa entrevista à britânica Autocar, como muito possível, uma terceira geração do Panamera.
Apesar das previsões do próprio fabricante, que apontam para que, até ao final da década, 80% das suas vendas sejam de modelos eletrificados, Oliver Blume defende que, um novo Panamera, lado-a-lado com mais modelos elétricos, "é algo que pode perfeitamente funcionar, uma vez que são propostas que jogam em segmentos diferentes". "O Panamera posiciona-se num patamar superior ao Taycan", defende o mesmo responsável.
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Contudo, Blume também defende que será preciso que a Porsche atue de forma cuidadosa, para não canibalizar qualquer um dos seus produtos. Mais precisamente, fazendo-os significativamente diferentes.
Assim e a existir, uma terceira geração do Panamera, seja ela híbrida plug-in ou 100% elétrica, será não somente mais luxuosa, como também maior, do que o atual Taycan, admite o CEO da Porsche. Isto, de forma a que não compitam entre si.
Já se o plano for o abandono progressivo dos motores de combustão e a transformação do Panamera em EV, o mais certo é que o modelo acabe por adoptar a futura plataforma PPE, que a Porsche pretende estrear com o próximo Macan. E que, face à atual base para veículos elétricos, MEB, promete vir a ser um significativo salto em frente, ao permitir oferecer tracção traseira, suspensão a ar e vectorização de binário.
Caso a opção passe pela manutenção dos motores a gasolina, a solução deverá ser, ainda assim, a eletrificação do modelo, também como forma e garantir uma maior autonomia zero emissões, do que aquela que o atual Panamera anuncia. O que, de qualquer forma, também permitirá manter o objectivo dos 80% de veículos eletrificados até 2030, uma vez que a meta não diz respeito apenas a propostas 100% elétricas.
Aliás, pelo mesmo caminho pode seguir o Porsche 718 Boxster e Cayman, modelo de entrada na oferta da marca de Züffenhausen, sendo que, até mesmo o modelo ícone do fabricante, o 911, pode, no futuro, vir a receber alguma forma de eletrificação.
Igualmente em consideração, neste caso, há já alguns anos, está a possibilidade de um Cayenne elétrico.