Numa era de eletrificação em que o som emitido pelos automóveis sem motor de combustão passou a ser, também ele, motivo de debate e disputa, a Porsche acaba de ver chumbada a tentativa de registar uma nova sonoridade, para os seus elétricos. Motivo? Não é suficientemente distintivo.
Encarado pelo próprio fabricante automóvel de Zuffenhausen como algo que se assemelha "à abertura da 5.ª Sinfonia de Beethoven, o som da luz do KITT, da série de televisão Knight Rider, mas também ao som dos sabres de luz de Star Wars", a nova sonoridade terá sido, no entanto, recusada pelo European Intellectual Property Office (EUIPO).
Na base da recusa, feita em resposta a um pedido de registo de patente, entregue pela marca alemã, para que o som passasse a ser uma marca característica e indelével dos elétricos Porsche, está, segundo noticia o britânico Telegraph, o entendimento do EUIPO de que o som não é suficientemente distintivo. Ou seja, não permite distinguir um Porsche, de um outro qualquer modelo elétrico.
Segundo o organismo europeu, "embora não sendo realista, o som em causa imita um motor de combustão interna a acelerar, até atingir a velocidade desejada". Pelo que e apesar do "facto dos próprios veículos [elétricos] não produzirem esse som poder ser do conhecimento dos consumidores, [...] de forma alguma lhes permite distinguir os bens ou serviços desta solução, face a outras oferecidas pelos concorrentes".
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Ainda no entender do EUIPO, a sonoridade apresentada pela Porsche não pode ser considerada uma composição musical, pelo que é irrelevante compará-la a uma sinfonia de Beethoven, sendo que, no que diz respeito à referência a sons de séries e filmes, o organismo também afirma que já não é algo relevante, nos dias que correm.
Porsche não desiste
Entretanto e por considerar que a sonoridade "futurista, melodiosa e com um certo ritmo, além de com motivos e dinâmica", é "suficiente para evocar o reconhecimento" da marca, também por "criar um som memorável e inusitado", a Porsche terá já tomado a decisão de recorrer da decisão do organismo responsável pelo registo de patentes, na União Europeia. Restando, agora, aguardar pela aceitação, ou não, do mesmo.
Quase apetece dizer, "palavras para quê; coisas de elétricos!..."