Sabe qual é a origem do escudo da Porsche e a sua relação com o da Ferrari? Nós explicamos. A história envolve um restaurante em Nova Iorque e um Salão Automóvel em Paris, sendo protagonizada por Ferdinand Porsche e por um austríaco chamado Max Hoffmann.
Reza a história que o logotipo da Porsche foi desenhado pelo próprio Ferdinand Porsche num guardanapo de papel num restaurante de Nova Iorque em apenas cinco minutos. O cavalo empinado que aparece tem algumas semelhanças com o da Ferrari. Será o mesmo? Haverá relação entre ambos?
Tudo começa em 1950 e com um tal Max Hoffmann, um conhecido importador austríaco de automóveis desportivos europeus que fez nome em Nova Iorque.
O seu stand na Park Avenue era frequentado pelas personalidades mais famosas da altura. Na verdade, a sua importância era tal que Max Hoffmann conseguiu convencer a Mercedes-Benz a produzir em série o 300 SL e a BMW a criar o 507 sob as suas indicações para poder ocupar um nicho de mercado.
Voltando a 1950, um jornalista chamado Max Troesch, que era amigo pessoal de Max Hoffmann, tinha experimentado um pequeno automóvel desportivo alemão, muito leve e não muito potente, equipado com um pequeno motor de 1,1 litros, mas com uma agilidade e um comportamento desportivo que o deixou impressionado. Tratava-se do Porsche 356 e partilhou essa opinião com Max Hoffmann, que acabaria por encomendar duas unidades com carroçaria coupé.
Contrato assinado em Paris
No Salão Automóvel de Paris, Max Hoffmann teve uma reunião com Ferdinand Porsche e assinou um acordo de importação de 15 unidades por ano do Porsche 356. Aqui começa realmente a história.
Hoffmann apercebeu-se que a Porsche necessitava de um logótipo que permitisse a identificação rápida pelos compradores, tal como acontecia com a estrela de três pontas da Mercedes ou o felino da Jaguar. Além disso, também conseguia eliminar as grandes letras P-O-R-S-C-H-E no capot desses automóveis desportivos.
Ainda não tinha passado muito tempo desde o final da Segunda Guerra Mundial e o nome Porsche ainda estava muito associado ao nazismo. E com razão, pois Ferdinand Porsche foi um dos engenheiros favoritos do regime, graças ao seu brilhantismo. Com toda a naturalidade, Ferdinand Porsche acedeu ao pedido de Max Hoffmann.
Assim, no já referido jantar num restaurante de Nova Iorque em 1952, o austríaco pediu ao alemão para incorporar um logótipo nos seus automóveis que pudesse ser identificado pelos clientes.
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Ferdinand Porsche terá respondido: "Se tudo o que necessitas é de um distintivo, nós também poderemos dar-to". Seguidamente foi ao casaco buscar uma caneta, pegou num guardanapo de papel e em cinco minutos desenhou o esboço do logótipo, o qual, no seu regresso à Alemanha, foi trabalhado até aos mais ínfimos detalhes pelos responsáveis de publicidade.
Os elementos do logótipo
O logótipo é constituído por um escudo duplo. No centro aparece um cavalo empinado de cor preta sobre um fundo dourado com a inscrição "Stuttgart". Trata-se do escudo de armas da cidade de Estugarda.
Este primeiro escudo encontra-se dentro de outro, constituído pelas hastes de um veado e umas riscas vermelhas e pretas, que é o escudo da região de Baden Württemberg.
Qual a relação, então, entre o escudo de Estugarda e o emblema da Ferrari? O cavalo da Ferrari presta homenagem a Francesco Baracca, um conde e reputado piloto de combate italiano da Primeira Guerra Mundial.
Baracca tinha pintado no seu avião um cavalo idêntico de cor vermelha sobre uma nuvem branca, que era um "troféu de guerra", uma vez que o primeiro avião que tinha abatido era pilotado por um alemão de Estugarda.
Assim, foi a própria mãe de Baracca que pediu a Enzo Ferrari que utilizasse o cavalo do seu filho, prometendo-lhe que daria sorte. Enzo aceitou, pintando-o em preto como sinal de luto pelo famoso aviador italiano.