Concebida como a marca sueca de veículos elétricos de cariz mais desportivo, a Polestar continua sem conseguir afirmar-se no mercado. Facto que leva agora a "irmã" Volvo, que é também a maior accionista, a anunciar o fim do apoio financeiro e a entrega da jovem marca sueca nas mãos do verdadeiro dono de ambas - o grupo automóvel chinês Geely.
A notícia é avançada pela Automotive News Europe, acrescentando que, com esta decisão, a Volvo Cars pode desfazer-se dos 48% que atualmente detém na Polestar, entregando essas acções à casa-mãe Zheijiang Geely Holding Group. A qual, recorde-se, é proprietária de 79% da Volvo.
De resto, a mesma publicação avança que a Geely manifestou já o seu apoio à decisão da Volvo, ao mesmo tempo que deixou a garantia de que apoiará, ela própria, a manutenção da jovem marca sueca, enquanto player independente no mercado global.
O grupo automóvel chinês assegurou, ainda, que, este reforço de investimento na Polestar, não implicará qualquer recuo no apoio à Volvo.
Polestar perde força
Referir que, na base desta redistribuição accionista, está o facto do crescimento da Polestar no mercado internacional estar a acontecer de forma mais lenta do que o inicialmente previsto, fruto, entre outros factores, de um arrefecimento global na procura de veículos elétricos. Situação que já levou, inclusivamente, a uma queda no valor das acções da Polestar em bolsa, para mínimos históricos.
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Segundo analistas da Bernstein ouvidos pela agência Bloomberg, a jovem marca sueca necessita de uma injecção acrescida de capital, na ordem dos mil milhões de dólares, só durante os próximos 12 meses, para poder continuar a funcionar. Sendo que, estes mesmos analistas, mostram-se contrários à intenção de tornar a Polestar uma empresa independente e sem ligações à Volvo.
Despedimentos já começaram… também na Volvo
Ainda durante a última semana, responsáveis da Polestar assumiram a necessidade de cortar cerca de 450 postos de trabalho em todo o mundo, o que significa dispensar cerca de 15% da massa laboral que a companhia possui.
A mesma medida foi, de resto, já colocada em prática pela própria Volvo, que, em 2023, anunciou um processo de corte de 1.300 postos de trabalho, como parte de um esforço para reduzir custos.
Ao mesmo tempo, a marca de Gotemburgo tem vindo a conhecer problemas de desenvolvimento nos seus futuros elétricos EX30 e EX90, e, nomeadamente, no que ao software diz respeito.
Ainda assim e apesar destes contratempos, a Volvo Cars comunicou um aumento maior do que o esperado nos lucros operacionais do quarto trimestre, na ordem dos 594 milhões de euros. Ou seja, acima dos 346 milhões obtidos em 2023.