Os responsáveis da Polestar reivindicam que os seus modelos foram projetados para quem gosta de conduzir e o "2" é um exemplo disso, especialmente na versão Long Range Dual Motor Performance Pack. Não só deixa os ocupantes com as costas coladas aos bancos, graças a acelerações fulgurantes, como também já oferece uma dinâmica interessante e uma autonomia bastante decente, aproximando-se dos 500 quilómetros. Disse mesmo aborrecido de conduzir?
Para todos aqueles que ainda não estão convencidos com as qualidades dinâmicas dos automóveis elétricos nem com a autonomia dos mesmos, a Polestar responde como o "2", que na versão Long Range Dual Motor Performance Pack demonstra que não só é agradável de conduzir como oferece intervalos entre carregamentos muito semelhantes aos dos reabastecimentos de muitos automóveis a gasolina do segmento premium compacto.
Desenvolvido a partir da plataforma CMA (Compact Modular Architecture) - também utilizada pela Volvo, Lynk & Co e pela Geely - o Polestar 2 é uma berlina de cinco portas, com silhueta do tipo fastback, que se carateriza por um comprimento exterior de 4,60 metros, uma largura de 1,96 metros e uma altura de 1,47 metros.
A versão específica da unidade ensaiada é identificada por autocolantes pouco estéticos localizados na parte inferior das portas dianteiras, com a referência "82 kWh / 350 kW".
As pinças de travões Brembo pintadas de dourado, as jantes de 20", os discos perfurados à frente e amortecedores Öhlins reguláveis à mão são outros elementos específicos da variante mais potente da gama.
Design exterior
Como a Polestar teve as suas origens nas versões de prestações mais elevadas de modelos da Volvo, não será de estranhar que o estilo se mantenha fiel às suas origens, adotando os princípios da linguagem sueca de design.
O estilo exterior é minimalista, com linhas retas, alguns ângulos e uma traseira volumosa. As proporções estão bem conseguidas, com uma linha de cintura elevada, sendo a altura disfarçada pela zona inferior da carroçaria pintada a preto.
A secção frontal é caraterizada por uma assinatura visual muito parecida à dos modelos da Volvo, onde nem sequer falta o "martelo de Thor" nos faróis dianteiros. Fruto da atualização ocorrida em 2023, os modelos de 2024 viram a grelha frontal ser substituída por um painel fechado que visa melhorar a aerodinâmica.
[https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2024/01/Polestar-2-Performance-Pack-galeria-exterior_001.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2024/01/Polestar-2-Performance-Pack-galeria-exterior_002.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2024/01/Polestar-2-Performance-Pack-galeria-exterior_003.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2024/01/Polestar-2-Performance-Pack-galeria-exterior_004-.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2024/01/Polestar-2-Performance-Pack-galeria_005.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2024/01/Polestar-2-Performance-Pack-galeria-exterior_006.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2024/01/Polestar-2-Performance-Pack_001.jpg]Entre os principais elementos distintivos deste fastback elétrico destaque para os grupos óticos de LED com luz de circulação diurna, os espelhos retrovisores sem moldura, as nervuras no capot e na cintura, as jantes de liga leve que deixam à vista as pinças de travão são os principais elementos distintivos deste fastback.
A traseira, por seu lado, recebe uma linha contínua de luzes, com forma futurista, que incluem 288 LED controlados individualmente para se ajustarem a várias situações de condução. Os LED brilham mais em dias de sol para melhorar a visibilidade e adaptam-se ao escuro para poupar energia.
Habitabilidade
Atendendo ao seu caráter familiar, o Polestar conta com um habitáculo que pode acomodar quatro adultos. Mais do que isso já é mais difícil. Nos lugares da frente, o espaço disponível é apenas suficiente devido à largura excessiva da consola, enquanto a altura para a cabeça também apresenta limitações, mesmo com o tejadilho em vidro, que não tem cortina. O apoio lombar dos bancos dianteiros também deixa muito a desejar para as prestações dinâmicas desta versão.
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Nos lugares traseiros, a largura é suficiente para apenas dois ocupantes, já a bateria em forma de "T" se encontra alojada entre o túnel central e os assentos. Como consequência, o banco central só é recomendável apenas para deslocações esporádicas. Por outro lado, as costas deste assento podem servir como mesa de apoio.
O Polestar 2 dispõe de dois espaços para acomodar bagagens, incluindo, atrás, uma mala convencional com uma capacidade de 405 litros, que pode ser ampliada até aos 1095 litros com o rebatimento dos assentos traseiros numa configuração 60:40; na frente, por baixo do capot, encontra-se um outro espaço para arrumações, com uma capacidade de 35 litros.
Ambiente escandinavo
O ambiente escandinavo estende-se ao habitáculo e alguns componentes também podem ser encontrados em modelos da Volvo. O desenho do painel de bordo é relativamente convencional, sendo a consola central dominada por um ecrã tátil vertical, onde corre o sistema de infoentretenimento Android Automotive, desenvolvido em colaboração com a Google.
[https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2024/01/Polestar-2-interior_001.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2024/01/Polestar-2-interior_002.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2024/01/Polestar-2-interior_003.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2024/01/Polestar-2-interior_004.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2024/01/Polestar-2-interior_005.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2024/01/Polestar-2-interior_006.jpg]Todas as funções do veículo, incluindo navegação, entretenimento, configurações e controlo da climatização, são ajustadas neste ecrã. Os ícones são grandes, fáceis de identificar e usar em andamento. As atualizações de software são feitas remotamente e estão incluídas no plano de dados da Polestar para os primeiros três anos.
A qualidade de construção percebida é elevada, graças à utilização de materiais agradáveis à vista, mas alguns plásticos são duros, com uma textura diferente da habitual. Os revestimentos dos bancos usam materiais reciclados; o mesmo acontece com o volante, que conta com material a imitar pele sintética.
Posição de condução mais elevada
A posição de condução é um pouco mais alta do que numa berlina convencional, mas não é complicado encontrar a melhor postura, graças às possibilidades de regulação semielétricas do volante e do banco. A consola central tem um desenho de "U" invertido, enquanto a alavanca dos programas de condução "R-N-D" na parte central distingue-se pelo logotipo da marca retroiluminado.
Botão de start / stop não existe. Para arrancar, o condutor tem de carregar no pedal do travão, movimentar a alavanca para a posição "D" ou "R" e pressionar o acelerador. Botão específico para o travão de estacionamento também não há, bastando ativar o botão "P" na base da consola. Primeiro estranha-se mas, após alguma habituação, entranha-se.
A visibilidade para a frente e para os lados é boa, mas para trás já não é assim porque o vidro traseiro é muito baixo, pelo que a câmara de márcha-atrás constitui uma ajuda preciosa.
One Pedal Drive
A versão de prestações mais elevadas do Polestar 2 - Longe Range Dual Motor Performance Pack - está equipada com dois motores elétricos - um em cada eixo - que desenvolvem uma potência combinada de 476 cv (350 kW) e um binário de 740 kW, permitindo acelerar dos 0 aos 100 km/h em apenas 4,2 segundos. Os motores elétricos são alimentados por uma bateria de 82 kWh, que permite percorrer mais de 550 quilómetros entre carregamentos.
Para recuperar a capacidade total da bateria, o Polestar 2 possui um carregador de bordo de 11 kW, demorando essa operação cerca de oito horas. O fastback elétrico também aceita cargas em corrente contínua a uma potência de 205 kW, sendo possível carregar dos 10% aos 80% em 28 minutos.
O Polestar 2 não tem modos de condução porque a marca reivindica que alcançou uma definição que serve para todas as situações. Contudo, a assistência da direção pode ser regulada em três níveis: Ligeira / Standard / Firme.
A intensidade da regeneração da travagem pode ser igualmente regulada em três níveis: Desligado", destinado à condução em vias rápidas e autoestradas, não sendo aplicada qualquer força de travagem; "Baixo", que proporciona uma sensação semelhante à travagem com o motor; Standard, com elevada força de travagem, permitindo a condução com apenas o pedal do acelerador (One Pedal Drive).
Resposta fulgurante
A resposta dos motores elétricos é imediata e as acelerações são impróprias para quem tem o estômago mais sensível, deixando as costas encostadas ao banco. O sistema de travagem regenerativo é bastante eficiente, sendo mesmo possível conduzir apenas com o acelerador. Os travões de discos ventilados convencionais com pinças da Brembo também se revelaram bastante potentes e fiáveis.
A suspensão, por seu lado, tem uma afinação firme, como se quer num desportivo, daí que seja um pouco dura, enquanto a precisão da direção é satisfatória. O chassis, por sua vez, está bem equilibrado, permitindo enfrentar as curvas sem a carroçaria adornar. A subviragem é superiormente controlada pela eletrónica.
Para apoiar a condução, o Polestar 2 conta com vários sistemas de assistência que asseguram uma Condução Autónoma de Nível 2, destacando-se o regulador da velocidade de cruzeiro com pára-arranca, assistente de manutenção de faixa de rodagem com correção de trajetória e proteção da faixa contrária, controlo de tração, controlador lógico de subviragem e de estabilidade, aviso de colisão traseira, alerta de cruzamento de tráfego, reconhecimento de sinais de trânsito, assistente de ângulo morto, entre outros.
Em termos de consumo de energia, a marca anuncia uma média de 17,2 kWh/100 km, mas em condições reais o computador de bordo indicou um valor de 19,9 kWh/100 km. A autonomia real registada no teste foi de 480 quilómetros, bastante abaixo dos 568 quilómetros homologados em ciclo WLTP.
Veredicto
Na versão Performance Pack, com upgrade de software Performance, jantes de liga leve forjada de 20" com quatro multi-raios, afinação de chassis Polestar Engineered, o Polestar 2 Long Range Dual Motor está disponível a partir de 69 400 euros, um valor bastante interessante atendendo às prestações.
Mas com a inclusão dos vários packs opcionais presentes na unidade ensaiada - Pack Pilot (faróis de pixel LED com máximos adaptativos, Adaptive Cruise Control, Pilot Assist), Pack Pilot (sistema de som Harman Kardon Premium, teto panorâmico, bancos WeaveTech com frisos Black ash deco), o valor final sobe para os 73 900 euros.
O Polestar 2 Long Range Dual Motor Performance Pack vem desmentir muitas das críticas feitas aos veículos elétricos, dirigindo-se a condutores que gostam de sentir as prestações de um desportivo, não abdicando de um conforto acima da média. A autonomia real de 480 quilómetros também já permite fazer muitas viagens sem grandes preocupações quanto a carregamentos intermédios.
Na sua versão de prestações mais elevadas, o fastback elétrico pode ser acusado de muitas coisas, mas ser aborrecido de conduzir não será uma delas.
Polestar 2 Long Range Dual Motor Performance Pack
Preço 69 400€ (73 900€ versão ensaiada)
Motor Elétrico
Potência 476 cv (350 kW)
Binário 740 Nm
Transmissão Integral, Auto., 1 vel.
Peso 2 180 kg
Comp./Larg./Alt. 4,81/1,96/1,47 m
Dist. entre eixos 2,74 m
Mala 405 – 1095 l
Desempenho 4,2 s 0-100 km/h; 205 km/h Vel. Máx.
Consumo 17,2 (19,9*) kWh/100 km
Bateria/Capacidade Iões de lítio 82 kWh (79 kWh úteis)
Autonomia Elétrica 555 - 568 (480*) km
Tempos de carga 28 minutos (0-80% 205 kW CC); 8h00 (0-100% 11 kW CA)
* Medições Turbo
GOSTÁMOS
- Relação conforto / agilidade
- Preço
- Ergonomia
NÃO GOSTÁMOS
- Consumo elevado
- Qualidade real inferior à percebida
- Apoio lombar