O Parlamento Europeu (PE) votou favoravelmente a proposta da Comissão Europeia de acabar com a comercialização de carros com motores de combustão, já a partir de 2035. Decisão que recebeu já da parte da associação dos construtores automóveis europeus, a ACEA, uma resposta de "preocupação".
A tomada de posição, por parte da ACEA, à votação dos eurodeputados, foi dada a conhecer pelo site Automotive News Europe, que cita o comunicado divulgado pela associação, no qual esta refere que, "dado que a transformação do setor depende de muitos fatores externos, que não estão totalmente nas suas mãos, a ACEA está preocupada que os deputados tenham votado para definir uma meta de menos 100 por cento de CO2, para 2035".
De resto e embora tendo manifestado o seu apoio à meta estabelecida pela União Europeia, a ACEA pediu já uma avaliação a meio do percurso, também como forma de fixar metas para o pós 2030.
"Tal revisão terá, em primeiro lugar, de avaliar se a implantação da infraestrutura de carregamento e a disponibilidade de matérias-primas para a produção de baterias serão capazes de corresponder ao contínuo aumento acentuado da bateria elétrica", afirma o presidente e CEO da ACEA, assim como do construtor automóvel BMW, Oliver Zipse, no mesmo comunicado.
Ainda assim e apesar da preocupação já manifestada pela ACEA, grupos ambientalistas alemães vieram já saudar a aprovação dos eurodeputados, quanto ao plano delineado pela Comissão Europeia para eliminar as emissões de CO2 dos veículos. E que faz parte do pacote 'Fit for 55', o qual tem por objectivo reduzir as emissões em 55%, até 2030, face aos valores de 1990.
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Como objectivo último, surge o alcançar da neutralidade carbónica, até 2050.
Conselho Europeu é a entidade que se segue
Entretanto e com a aprovação por parte do Parlamento Europeu, a medida que visa acabar com a comercialização de carros novos com motores de combustão, já a partir de 2035, segue agora para o Conselho Europeu, formado pelos ministros dos 27 países da União Europeia.
Segundo uma nota da empresa de análise de mercado Bernstein a que a Automotive News Europe terá tido acesso, os ministros dos 27 deverão "concordar com a meta de 2035 para as zero emissões em carros novos".