Os segredos do Start/Stop

A tecnologia start and stop não é uma novidade. Ela remonta à década de setenta e surgiu como uma primeira medida para combater o aumento do preço dos combustíveis

Presente atualmente em todos os automóveis, de todos os segmentos o  sistema Start/Stop (a designação varia consoante o construtor, mas o principio de funcionamento é sempre idêntico) surgiu pela primeira vez, nos anos 70 do século passado mas a sua generalização tardou mais do que uma década.

O contributo importante para a redução dos consumos e das emissões, numa altura em que começavam a surgir sinais consistentes de uma crescente consciência ambiental, foi determinante para a aposta neste sistema que, de uma forma “artesanal” era já utilizado por muitos automobilistas que, em cada semáforo ou nas filas de trânsito, desligavam os motores dos seus carros. É essa operação que o sistema Start/Stop realiza de forma autónoma sempre que o carro se imobiliza de forma temporária, com a vantagem de muitas das funções permanecerem ativas. 

Como funciona?

Nos automóveis com este sistema, o motor é desativado nas paragens voltando a ligar-se apenas quando retiramos o pé do travão e pisamos a embraiagem (nos automóveis tradicionais).

Durante o período em que o carro está parado, o sistema corta o funcionamento das velas e a simultaneamente a injeção de combustível. A forma como isto acontece varia, dependendo se a transmissão é automática ou manual.

Com a transmissão automática isso acontece quando o pedal do travão é pressionado até à imobilização do carro, enquanto na transmissão manual acontece quando colocamos o automóvel em ponto morto, sendo que para voltar a ativar o motor basta apenas tirar o pé do travão e pisar a embraiagem.

Este é um sistema que pode ser desativado bastando para isso carregar num botão criado para o efeito ou então a partir do computador de bordo, uma opção que começa frequentemente a ser utilizada com o aumento da digitalização.

Mudanças importantes

Ao contrário do que que muitos julgam o sistema start and stop não funciona em qualquer carro.

É preciso que ele esteja equipado com a tecnologia necessária para que o motor não sofra um desgaste prematuro com o aumento do para-arranca.

As mudanças começam pela utilização de um motor de arranque reforçado e por uma bateria com maior capacidade maior a que acresce a otimização do sistema elétrico e um alternador mais eficiente para além de unidades de comando adicionais e sensores e módulos de carregamento específicos.

É por isso que a ideia de que este sistema causa um desgaste maior nos seus componentes, simplesmente não é verdade, razão por que é aconselhável a sua utilização plena sempre que se conduz na cidade. A sua utilização em cenários urbanos, para além, de contribuir para poupar combustível reduz as emissões e mitiga a poluição sonora nas cidades uma vez que o motor fica silenciado nas paragens.

Acresce a toda esta complexidade estrutural algumas condicionantes que podem inativar o funcionamento do sistema Start/Stop de forma a proteger o motor.

Por exemplo, quando a diferença de temperatura do motor versus temperatura exterior é muito acentuada o motor não se desliga imediatamente de forma a evitar um choque térmico e a manter a sua capacidade de lubrificação.

Também a bateria em mau estado também pode suspender o funcionamento do sistema sendo nesse caso necessário substitui-la, mas não pode ser uma bateria qualquer.

Outras situações recorrentes é a condução em subidas muito acentuadas ou quando há um consumo elétrico elevado. Nesse caso o sistema Start/ Stop é desativado para não sobrecarregar a bateria.  

Economiza mesmo?

Depende da utilização. Se a maior parte de o tempo andarmos em estrada ou auto-estrada ou se fizemos trajetos com poucas paragens, o sistema start/stop atuará muito pouco e dessa forma a economia de combustível é pequena.

Para quem anda muito pela cidade com semáforos e onde o trânsito tem mais constrangimentos a história é diferente. Nesse caso há estudos que apontam para um ganho médio de eficiência da ordem dos 10%.

O suficiente para reduzir um consumo médio de 7,5l/100 km para os 6,7 l/km com a vantagem dessa redução contribuir diminuir as emissões e aumentar a autonomia.

A esta ajuda somam-se outras que os atuais motores de combustão oferecem para mitigar os consumos e o seu impacto ambiental nomeadamente através dos diferentes graus de hibridização, nomeadamente os sistemas Mild Hybrid de 48 Volts.

Com a hibridização foi possível acrescentar novos modos de funcionamento como o “boosting” onde o gerador entrega energia extra ao motor de combustão, durante pequenos períodos nomeadamente no arranque ou ao circular a velocidades mais baixas.

Outra funcionalidade muito útil é o “coasting” que, mais não é do que a possibilidade de desligar o motor em velocidade de cruzeiro, situação em que o motor elétrico mantém em funcionamento todos os elementos periféricos a funcionar.

PRÓS

CONTRAS

Possibilidade de desligar o sistema
Redução do consumo de combustível
Menos ruído no habitáculo e no exterior
Diminuição das emissões em especial na cidade 

Condicionamento do ar condicionado
Ruído na ativação
Bateria mais cara