Ao aproximar-se o primeiro aniversário da compra da Opel pela PSA, percebe-se como Carlos Tavares está a aplicar a sua fórmula, para salvar a marca alemã. Em 2012, o grupo PSA estava à beira do colapso, ao ponto de a família Peugeot ter que vender cerca de metade das suas ações da empresa. Cinco anos depois, em 2017, a PSA fechou o ano com o recorde de lucros de toda a sua história. Como foi isto possível? A resposta passa pela liderança de Carlos Tavares e pelas medidas que aplicou à empresa, que hoje se situa confortavelmente logo a seguir às marcas premium e à Toyota, no indíce de lucro por cada carro vendido. Agora que se aproxima o primeiro aniversário da compra da Opel Pela PSA, em Agosto, torna-se claro que a "fórmula Tavares" que salvou a PSA está igualmente a ser aplicada à Opel, uma marca que acumulou consecutivos prejuízos nas últimas décadas, até a GM desistir. Alguns dos exemplos mais recentes de "operações de salvamento" de marcas de automóveis passaram por grandes injeções de capital e investimentos em gamas de modelos e de motores completamente novas. Foi o caso da Jaguar Land Rover e da Volvo, que encontraram esses recursos num grupo indiano, no primeiro caso e num grupo chinês, no segundo. Conheça os planos de Carlos Tavares para a Opel Mas o saneamento da PSA não foi feito a partir de fora, foi feito a partir de dentro e o mesmo plano está a ser implementado na Opel. A ideia base é racionalizar, cortar em todos os custos que não são essenciais. Por exemplo, reduzir o número de opções de cada modelo e concentrar os esforços nas que mais se vendem. Ao mesmo tempo, aumentar as sinergias, que neste caso já começamos a assistir com o CrosslandX e o GrandlandX a usarem plataformas da PSA. O mesmo vai acontecer com o novo Corsa, que utilizará a plataforma do 208 e com o futuro Astra, que passará a ser feito sobre a plataforma do 308. Em terceiro lugar, a "fórmula Tavares" passa pela valorizaçãos dos seus modelos, promovendo as versões mais equipadas, que trazem mais lucro e travando fortemente as políticas de descontos. Se isso resultou na Peugeot e na Citroën, não há razão para não resultar na Opel, é a convicção da PSA.