Muita água ainda vai correr sobre a ponte relativamente à nova norma de emissões Euro 7 e oito países querem mesmo aliviar alguns dos limites propostos, assim como adiar a sua entrada em vigor.
Os fabricantes e os políticos gostam de apregoar que se preocupam muito com o planeta e com um ar mais limpo. mas nos bastidores as coisas são bastante diferentes. Alguns executivos de topo da indústria automóvel, como o português Carlos Tavares, não se têm poupado nas críticas relativamente aos limites da futura norma Euro 7. Agora essa visão foi estendida a alguns Estados-Membros da União Europeia que pretendem a reavaliação em baixa de alguns dos limites, tornando a norma mais "suave".
No mesmo dia que primeiro-ministro britânico Rishi Sunak anunciou que o Reino Unido ia adiar a proibição da venda de veículos de combustão novos de 2030 para 2035, a agência Reuters avançava que alguns países Europeus estavam a debater uma proposta de compromisso para aumentar os limites de emissões de gases de escape e atrasar a entrada em vigor da nova norma, a qual, recorde-se, se devia tornar obrigatória em 2025 para ligeiros de passageiros e 2027 para comerciais.
Os fabricantes de automóveis argumentam que os custos de engenharia para que os veículos cumpram as emissões propostas em novembro de 2022 iriam traduzir-se num aumento dos preços para os consumidores, designadamente nos modelos mais pequenos e baratos.
Presidência espanhola lidera processo
Os construtores também dizem como as vendas de veículos de combustão seriam proibidas até 2035, os investimentos iriam ser direcionados para acelerar os programas de desenvolvimento de veículos elétricos em vez de procurarem cumprir objetivos intermédios que apenas irão proporcionar lucros marginais.
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A Espanha, que atualmente detém a Presidência da União Europeia, apresentou um documento para "arrefecer" o Euro 7, já que não exige alterações nos limites de emissões face ao Euro 6, mesmo a automóveis a gasóleo. A Reuters adianta que a Espanha pretende apresentar o documento na próxima semana, mas ainda está à espera que outros países europeus concordem com a proposta dos novos limites.
Oito países, incluindo a França e a Itália, enviaram um documento conjunto aos outros Estados-Membros deste ano, pedindo que as regras do Euro 7 sejam totalmente reavaliadas.