As empresas estão cada vez mais a optar pela eletrificação das suas frotas e por soluções alternativas de mobilidade. Estas são as principais conclusões do mais recente Barómetro da Frota, do Observatório de Mobilidade da Arval.
O Barómetro da Frota, do Observatório de Mobilidade da Arval, é um estudo anual sobre mobilidade e gestão de frotas nas empresas, elaborado pelo Instituto CSA - Consumer Science & Analytics.
O objetivo é apresentar as tendências no futuro das frotas corporativas em termos de mobilidade e novas tecnologias, baseando-se nos comportamentos de compra de frota, intenções de compra e evolução da mobilidade entre os gestores de frota.
O presente estudo, realizado entre janeiro e meados de março de 2020, baseou-se nas entrevistas a 5.600 gerentes de frota, de 20 países.Tendo em conta que o barómetro sempre se baseou nas tendências a médio e longo prazo, e mesmo que o surto do Covid-19 tenha ocorrido logo após a pesquisa, ele poderá ter apenas um impacto temporário em algumas das conclusões expressas na pesquisa.
O barómetro de 2020 sustenta mais uma vez as intenções do mercado em termos de desenvolvimento de soluções alternativas de mobilidade, onde a energia e a telemática ainda terão uma presença forte a médio e longo prazo.
Quatro grandes tendências
1 - A mudança para veículos elétricos continua a acelerar
Apesar do diesel e da gasolina continuarem a ser opções importantes num futuro próximo, o facto é que 61% das empresas já implementaram ou estão a pensar implementar, nos próximos três anos, tecnologias alternativas. As mais referidas serão os veículos híbridos (HEV), híbridos "plug-in" (PHEV) e veículos exclusivamente elétricos (BEV).
34% das empresas já implementaram uma ou mais dessas tecnologias alternativas. O Brasil, com 49%, está à frente, seguido pela Noruega (48%) e Holanda (47%). Para as empresas que ainda não consideram implementar essas alternativas, as principais barreiras são o preço de compra e a falta de postos de carregamento públicos. Prevê-se que o diesel ainda represente quase metade dos veículos da frota no próximos três anos, e a gasolina se situe nos 29%.
2 - Aumento da implementação de soluções alternativas de mobilidade.
6 em cada 10 empresas já implementaram soluções alternativas de mobilidade para os seus funcionários. Brasil, Turquia, Suíça, Áustria e Bélgica são os países que mais apostam nessa vertente, com pelo menos 7 em cada 10 empresas a já terem implementando novas soluções.
No extremo oposto, estão os países nórdicos (Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega), assim como a Polónia, Alemanha e Espanha, onde menos de 60% das empresas já implementaram pelo menos uma solução.
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As soluções já implementadas focam-se nos transportes públicos (33%), na partilha de um carro entre funcionários (28%) e na partilha de um carro corporativo (19%). Por outro lado, a utilização de bicicletas e outras soluções de duas rodas, são as menos implementadas (10%).
3 - Leasing operacional como principal método de financiamento.
O "leasing" operacional é a solução de financiamento mais preferida por 36% das empresas e 43% das grandes empresas, para a gestão das suas frotas de veículos. O principal método de financiamento varia de acordo com o país, estando o "leasing" operacional mais desenvolvido na Europa Ocidental: Alemanha (47%), Espanha (42%), Holanda (42%) e França (39%). Há também um grande potencial de crescimento, desde a propriedade até a utilização, especialmente no Brasil e na Itália.
4 – Utilização de telemática
Brasil, Rússia e Turquia lideram o uso de telemática, países onde 37% das empresas já a implementaram nas suas frotas, sem que haja uma diferença significativa no que respeita a automóveis de passageiros ou veículos comerciais ligeiros. A penetração desses serviços conectados aumenta com o tamanho da empresa (23% nas mais pequenas e 54% nas maiores).
A principal razão para utilizar uma solução baseada em telemática é o poder localizar o veículo (43%). Depois, é também referida a melhoria da eficiência operacional (35%) e evitar a utilização do uso indevido dos veículos (32%).
Para as empresas que ainda não consideram implementar a telemática, as três principais barreiras têm a ver com o retorno do investimento (46%), a utilidade dos dados (41%) e o facto de não haver recursos suficientes disponíveis para uma eficiente gestão dos dados (36%).