A Noruega quer dar o exemplo na área da transição energética e no ano passado os veículos elétricos representaram 82,4% das vendas totais. A Tesla foi a marca mais vendida e reforçou a sua quota de mercado de 12% para 20%. Será que a tendência se irá estender a outros mercados?
Os veículos elétricos representaram 82,4% do mercado da Noruega em 2023, o que constitui um crescimento de 3,1% face ao ano anterior. No país dos fiordes foram matriculados 126 953 automóveis novos, dos quais 104 600 eram elétricos.
Estes números indicam que a Noruega poderá atingir o objetivo de se tornar no primeiro país a proibir a venda de automóveis a gasolina e a gasóleo até 2025. Para acelerar a transição energética, a Noruega isentou os veículos elétricos de muitos dos impostos aplicados aos veículos de combustão interna, embora alguns benefícios tenham sido diminuídos em 2023.
A Tesla foi a marca de automóveis mais vendida na Noruega em 2023, tendo alcançado uma quota de mercado de 20%, um crescimento de 8% face aos 12% de 2022. Em segundo lugar ficou a Toyota, com 12,4% contra 8% no ano anterior, e na terceira posição a Volkswagen, cuja taxa de penetração diminuiu de 11,6% para 10,8%.
O Tesla Model Y foi o modelo mais vendido nos países dos fiordes, seguindo-se o Volkswagen ID 4 e o Skoda Enyaq.
Muito trabalho a fazer
Em 2024, a quota de veículos elétricos poderá aumentar para 95%, um ano antes de se alcançar a meta de 100% estabelecida pelo Parlamento de Oslo.
"É um grande crescimento, mas já tivemos aumentos semelhantes anteriormente, de 2021 para 2022, quando se verificou uma variação de quase 15%, pelo que penso que o conseguiremos repetir em 2024", afirma Christina Bu, presidente da associação de veículos elétricos da Noruega.
O Moller Mobility Group, o maior retalhista da Noruega que distribui as marcas Volkswagen, Audi e Skoda, prevê que as vendas de veículos elétricos poderão representar 90% do total em 2024, deixando muito "trabalho a fazer" para alcançar a meta em 2025.
Na capital da Noruega, Oslo, mais de um terço dos automóveis particulares são elétricos, mas essa participação pode aumentar para 50% nos próximos dois anos.
Nem tudo é perfeito
Não obstante a redução da poluição sonora e atmosférica nem todos estão satisfeitos. Alguns proprietários de veículos elétricos queixam-se acerca da falta de pontos de carregamento nas ruas e criticam as políticas atuais que privilegiam aqueles que podem comprar os seus próprios equipamentos de carregamento.
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"Um carro elétrico deve ser uma opção real para todos…quer se viva num edifício com estacionamento ou sem estacionamento", afirmou uma residente de Oslo em declarações à agência Reuters.