Necessitada de reduzir custos, se necessário, à custa de um emagrecimento no número de marcas, fábricas e modelos, a Nissan deverá apresentar, já no próximo dia 28 de Maio, um plano de cortes na ordem dos 2,5 milhões de euros. E que, além do fecho da Datsun, poderá levar ao desaparecimento de propostas como o 370Z e GT-R, da Europa.
Não existindo dúvidas, no seio do construtor nipónico, quanto à necessidade de um emagrecimento nos custos, a verdade é que são, ainda, muitas as incertezas, quanto às medidas a tomar pela Nissan, no sentido de alcançar o objectivo do equilíbrio e rentabilidade.
LEIA TAMBÉM
Nissan Kicks estreia novo sistema e-Power. Para partilhar com o Juke?
Com a divulgação do novo plano estratégico e de redimensionamento, agendada apenas para o próximo dia 28 de maio, rumores já surgidos referem, no entanto e desde logo, a possibilidade de encerramento da Datsun. Marca japonesa que já possuiu, em tempos, uma presença de alguma dimensão na Europa, mas que, entretanto e já na posse da Nissan, tem vindo a perder espaço, mundialmente.
A par desta contracção, um também possível reforço das actividades da marca premium da Nissan, a Infiniti, ainda que, exclusivamente, nos mercado da América do Norte e Oriente. Já que, na Europa, parece já certo, o fim das operações da Infiniti.
Europa perde peso e importância
De resto e segundo avança agora a agência noticiosa Reuters, a Europa, será, mesmo, a região do globo, mais afectada pelo novo plano estratégico da Nissan. A qual passará, desde logo, por uma redefinição do tipo de modelos que a marca nipónica passará a comercializar nos mercados europeus.
Ainda de acordo com a mesma fonte, a intenção da Nissan é abdicar da comercialização de propostas com menos peso comercial, como o 370Z ou o GT-R, para apostar todas as cartas nos SUV, crossovers e veículos comerciais.
Em linha com esta estratégia, a decisão, igualmente, de reduzir, em algumas centenas, o número de trabalhadores, através, por exemplo, do encerramento de fábricas como a de Barcelona, em Espanha, onde trabalham aproximadamente 3.000 pessoas, na produção das pickups Nissan Navara, Renault Alaskan, e Mercedes Classe X. Esta última, já em final de vida.
Igualmente em risco, segundo este novo plano para a Europa, estará a fábrica da Nissan em Sunderland, no Reino Unido, embora, neste caso, com a mudança a traduzir-se, apenas, numa diminuição da importância. Nomeadamente, quanto à produção de modelos SUV.
Nissan e Renault cada vez mais parecidas
Igualmente em cima da mesa, estará, segundo a Reuters, uma maior aproximação dos modelos da Nissan, aos produtos do construtor francês e parceiro na Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, Renault. Tornando, por exemplo, Renault Kadjar e Captur, mais próximos e semelhantes, de Nissan Qashqai e Juke.
Já nos comerciais de ambos os construtores, deverá ser a Renault a tomar a liderança, com a Nissan a vender versões próprias, dos modelos franceses.
Ainda segundo este novo plano, caberá à marca nipónica assumir o desenvolvimento de novos modelos híbridos, elétricos ou a gás, que depois serão igualmente comercializados com o losango do fabricante francês.
No fundo e como facilmente se compreenderá, trata-se de reduzir custos, nomeadamente, através da partilha dos encargos de produção, pelas duas companhias. Ainda que, depois e no momento da chegada aos concessionários, o propósito seja de que os produtos de ambos os construtores, mantenham as respectivas características únicas.
O fim dos desportivos?
Infelizmente, neste esforço de redução de custos, também são previsíveis vítimas, nomeadamente, na oferta. Com as notícias a referirem, desde logo, a mais que provável morte, na Europa, de propostas como os já referidos Nissan 370Z e GT-R, além do mais que provável desaparecimento da pickup Navara.
Pelo contrário, garantida parece estar a continuação dos atuais SUV, como é o caso do Qashqai, X-Trail e Juke, os quais deverão, inclusivamente, ser reforçados com uma nova proposta, 100% elétrica, elaborada a partir do concept Ariya.
Mas, se os cortes já antevistos por este plano, não deixam de representar uma importante alteração, naquilo que tem sido a presença da Nissan na Europa, é a própria companhia que os justifica, com aquilo que considera ser "as baixas perspectivas de crescimento e rentabilidade" no continente. Ao contrário, aliás, daquilo que, o mesmo construtor, prevê para os mercados dos Estados Unidos e China...