Nissan fecha fábrica de Barcelona como parte da estratégia de recuperação

A Nissan vai encerrar a sua fábrica de Barcelona, como parte de um plano que prevê o corte da produção em 20%, a nível mundial.

A Nissan vai encerrar a sua fábrica de Barcelona, como parte de um plano que prevê o corte da produção em 20%, a nível mundial. O anúncio foi feito pelo CEO da marca japonesa, Makoto Uchida, durante a apresentação daquilo que foi definido como a estratégia de revitalização da marca, e que tem como pilares estratégicos os mercados japonês, chinês e norte-americano.

O ano fiscal de 2019, que terminou no passado dia 31 de março, teve um impacto bastante negativo na Nissan que, a nível global, viu as vendas caírem quase 7%, enquanto o volume de negócios e a rentabilidade tiveram, igualmente, uma retração muito significativa.

Embora a atual crise pandémica tenha acelerado a tendência, os indicadores negativos já eram evidentes, como aliás, deixou transparecer Makoto Uchida, CEO da Nissan, durante a apresentação dos resultados, esta manhã de quinta-feira. E que serviu, sobretudo, para dar a conhecer o plano de revitalização da marca.

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A grande "bomba" desta reunião, difundida para todo o mundo a partir de Tóquio, foi o anúncio do encerramento da fábrica da Nissan em Barcelona, onde trabalham atualmente 2 800 pessoas. E que assegura a produção não apenas dos comerciais NV, que, a partir de agora, passarão a ser montados em França, na mesma linha de onde sai a Renault Trafic, como também da Navara, cuja produção passará para a África do Sul.

A decisão agora anunciada pela Nissan de encerrar a fábrica de Barcelona, surge depois de vários meses de negociações com o governo espanhol.

Europa terá ainda plano específico

De referir, ainda, que, em relação à Europa, será apresentado um plano específico para aquele que é o quarto mercado mais importante para o construtor japonês, depois da China, Estados Unidos da América e Japão. Embora Uchida tenha deixado, desde já, claro, que Barcelona será a única linha de montagem a encerrar na Europa.

Todas as outras, serão objeto de reajustes, como é o caso de Sunderland, no norte de Inglaterra, onde são produzidos os Leaf, Qashqai e Juke.

Embora tenha partido da Europa, o principal contributo para as fortes perdas registas no ano fiscal que agora terminou, o CEO da Nissan não colocou em causa a operação onde, aliás, a estratégia de produto será reforçada com a chegada de novos modelos, prioritariamente elétricos e SUV, os quais representarão, nessa altura, metade das vendas na Europa.

Oito novo modelos 100% elétricos

Em termos globais, o CEO da Nissan anunciou que, até 2023, serão lançados oito novos modelos 100% elétricos, a que se juntarão várias outras propostas eletrificadas.

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Do ponto de vista económico, a estratégia agora anunciada tem como objetivo alcançar uma quota de mercado global de 6% e fazer crescer a rentabilidade da empresa.

Quanto ao corte da produção, em 20%, significa, segundo Uchida,
um investimento de 2,2 biliões de euros (300 biliões de yenes).