O primeiro contacto com o Nissan Ariya teve lugar na Suécia. País de muitos lagos e limites de velocidade apertados. Quando a velocidade na autoestrada não passa dos 100 km/h os consumos só podem ser baixos.
Depois de conhecer em detalhe as caraterísticas do Nissan Ariya chegou a altura de conduzir o crossover japonês. Desenvolvido sobre a arquitetura CMF-EV, a mesma do Renault Megane E-Tech elétrico, o Ariya pode ter bateria de 63 kWh ou 87 kWh.
Em função da capacidade da bateria, a potência pode ser de 218 cv ou 243 cv. Independente da potência, o binário que chega ao eixo dianteiro é sempre de 300 Nm. A exceção é feita pela versão e-4ORCE que, ao adicionar um motor ao eixo traseiro, tem tração integral e desenvolve 306 cv e 600 Nm.
Confirmando a impressão causada pelas imagens que acompanharam o desenvolvimento do segundo modelo elétrico da Nissan, o habitáculo transmite uma sensação de qualidade. Ao cuidado da apresentação e escolha dos materiais junta-se um desenho contemporâneo.
Dois ecrãs de 12,3 polegadas
Utilizando uma bateria 33% mais fina que a do Nissan Leaf, o Ariya posiciona o piso quase ao nível de uma berlina "tradicional". Os bancos traseiros beneficiam de um amplo espaço para as pernas e não tratam mal o eventual ocupante do lugar central. Nas costas destes lugares, a bagageira tem 466 litros de capacidade e forma regulares.
Recebidos por bancos confortáveis, condutor e acompanhante beneficiam de múltiplas regulações elétricas. A ventilação e o aquecimento estão entre os mimos disponíveis. Única funcionalidade a escapar à centralização do ecrã tátil de 12,3'', a climatização tem uma linha de comandos sensitivos embutida na madeira do tablier.
O funcionamento destes comandos é tão rápido e ainda mais intuitivo que os menus do enfoentretenimento. A solução de comandos sensitivos volta a ser utilizada na consola central, cuja secção superior pode avançar ou recuar às ordens de um botão. É também a partir da consola que se comanda a abertura e fecho elétricos de uma gaveta sob o tablier.
Mais de 400 km de autonomia
Conscientes de que os gostos são discutíveis, ficamos com a clara sensação de estar perante o automóvel mais refinado da Nissan e um dos melhores do segmento. Um sentimento que se reforça com o acumular de quilómetros.
Conduzir o Nissan Ariya é um exercício de descontracção. Mesmo em plena hora de ponta de Estocolmo, não há nada que consiga interferir com a calma vivida a bordo. Já com a paciência do condutor… mas isso é outra história.
Percorrendo um trajeto de 98 km, desenhado em torno da capital sueca, o Nissan Ariya com bateria de 63 kWh não teve dificuldade em cumprir a meta de 403 km de autonomia. Até a ultrapassou, o que não é difícil quando a velocidade média ronda os 50 km/h.
Já disponível para encomenda desde 49 200 €
Rolando sempre ao nível da água dos lagos e dentro dos limites de velocidade draconianos, reforçados por uma extensa rede de radares, a média final fixou-se 13,4 kWh/100 km. Tão interessante como distante da realidade nacional. Nem se encontrou um buraco ou raiz para testar a suspensão ou capacidade de reação da direção do Nissan Ariya.
Sem mais nada para fazer além de apreciar a paisagem, a condução ficou entregue à eletrónica. Cruise control adaptativo, assistente de manutenção na faixa de rodagem e reconhecimento de sinais de trânsito, entre outros, contribuem para tornar a condução do Nissan Ariya tão descontraída quanto possível.
O Nissan Ariya já pode ser encomendado, com preços desde os 49 200 € para a bateria de 63 kWh. A versão mais potente eleva o preço para os 55 200 €. A tração integral e-4ORCE chega aos 63 200 €, ainda dentro do plano de incentivos para a aquisição de viaturas elétricas.