Informações oriundas do Japão indicam que, mesmo tendo sido a marca a reportar às autoridades as práticas fraudulentas do seu anterior Presidente, é possível que a Nissan também tenha de responder neste processo O Nikkei, um dos mais prestigiados jornais japoneses, anunciou na edição de hoje que a Nissan pode também ter de responder em tribunal pelos comportamentos de Carlos Ghosn e Greg Kelly. Esta situação pode parecer um contrasenso, pois foi a própria marca a revelar às autoridades os alegados procedimentos fraudulentos dos dois responsáveis para ocultar cerca de 70 milhões de euros de vencimentos do anterior Presidente, entretanto demitido. Mas a verdade é que, segundo revelou uma fonte confidencial ao Nikkei, também o fabricante automóvel pode ter de responder pelo mesmo crime, pois era-lhe exigido que reportasse todos os vencimentos obtidos. Há que referir que, à partida, seria impossível indicar esses valores, pois a Nissan não teria conhecimento da alegada fraude cometida por Carlos Ghosn, com a ajuda de Greg Kelly. Mas existem novos dados que o Nikkei refere. Segundo o que é escrito pelo jornal, o CEO Hiroto Saikawa terá assinado documentos que previam o pagamento futuro de compensações a Ghosn por serviços de consultoria, quando este fosse para a reforma. No entanto, o Nikkei refere que Saikawa não teria conhecimento de que esta era uma das práticas usadas para ocultar a passagem das verbas para as contas do ex-Presidente, pelo que não será acusado pelos procuradores. Aparentemente, falta pouco tempo para saber qual será a intenção das autoridades japonesas, sendo apontado o dia 10 de dezembro como a data mais provável para se conhecer a possível acusação de Carlos Ghosn neste processo de fraude. O que, na pior das hipóteses, pode significar uma pena de prisão até 10 anos. Portanto, na próxima semana já se deve ficar a saber se também a Nissan terá de responder pelas práticas do seu anterior Presidente... que ela própria reportou às autoridades locais. Fonte: Automotive News Europe