Nissan. Recuperação económica passa por 12 modelos novos

Redução da capacidade de produção e da oferta em 20%, encerramento de fábricas, sinergias. Estes são alguns os planos da Nissan, que prevê 12 novos modelos.

Redução da capacidade de produção e da oferta de modelos em 20%, encerramento de fábricas, sinergias. Estes são alguns dos planos da Nissan para voltar aos lucros, ainda que, destes, faça também parte, o lançamento de 12 novos modelos.

A Nissan aproveitou a divulgação dos piores resultados financeiros desde 2008/2009, com prejuízos de aproximadamente 3,3 mil milhões de euros, para anunciar um plano de transformação de quatro anos que tem como objetivo regressar aos lucros até ao final do ano fiscal de 2023.

LEIA TAMBÉM
Nissan fecha fábrica de Barcelona como parte da estratégia de recuperação

Ao implementar este plano de transformação, a Nissan pretende obter uma margem de lucro operacional de cinco por cento e uma quota de mercado global de 6% em 2023.

O plano prevê uma diminuição de 20% da capacidade de produção, de 7,2 milhões de unidades em 2018 para 5,4 milhões de unidades em condições normais de operação, para permitir uma taxa de utilização das fábricas superior a 80%.

A redução da capacidade será acompanhada pelo encerramento de fábricas na Indonésia e Espanha (Barcelona), sendo a produção deslocalizada para a Tailândia e Inglaterra.

Fábrica da Nissan de Barcelona
Fábrica da Nissan de Barcelona

A fábrica de Sunderland vai passar a ser responsável pela produção de quatro modelos, incluindo um SUV para a Renault.

A Nissan também vai abandonar o mercado da Coreia do Sul e a sua operação Datsun na Rússia, além de otimizar as atividades em alguns países da Ásia-Pacífico, onde a Mitsubishi tem uma presença mais forte.

Redução do número de modelos

A oferta global de produtos da Nissan também vai ser reduzida em 20%, passando dos atuais 69 modelos para menos de 55 modelos. Não obstante, a marca pretende lançar 12 novos modelos nos próximos 18 meses, que passarão a integrar as mais recentes tecnologias, incluindo o Nissan Intelligent Mobility.

LEIA TAMBÉM
Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi reduz custos através da partilha de plataformas e tecnologias

"A Nissan tem de oferecer valor aos seus clientes em todo o mundo", comenta Makoto UCHIDA, CEO da Nissan. "Para o alcançarmos temos de inovar nos produtos, nas tecnologias e nos mercados onde somos competitivos. Este é o ADN da Nissan. Nesta nova era, a Nissan continua focada nas pessoas para disponibilizar tecnologias para todas as pessoas e continuar a enfrentar os desafios conforme só a Nissan consegue".

Três regiões referência

Conforme anunciado conjuntamente, a Nissan irá focar o seu negócio em três regiões referência - Japão, China e América do Norte - e consolidar as suas operações nos restantes, contando com o apoio dos seus parceiros da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Isto implica a adoção do esquema "leader-follower": para cada segmento é determinado um modelo líder e modelos irmãos, desenvolvidos pela marca líder, com o apoio das restantes.

Ao abrigo deste conceito, a Nissan vai ser a responsável pelo desenvolvimento de modelos para os segmentos C, D, Elétricos (EV) e desportivos.

Nissan Ariya

No mercado europeu, a marca japonesa irá ser líder no desenvolvimentos de SUV Crossover, de veículos elétricos e hatchbacks.

Nos comerciais ligeiros, a marca líder será a Renault, com exceção do segmento das pick-up, que terá como modelo de referência a Navara.

Não obstante, a próxima geração vai partilhar tecnologias com a Mitsubishi Triton/L200, assim como a linha de montagem na Tailândia.

Oito novos veículos elétricos

No domínio da mobilidade elétrica, a Nissan pretende introduzir oito veículos a bateria (BEV) até 2023, destinando-se a maioria para China. Para o mercado global está previsto o lançamento do Ariya, que deverá substituir o atual Leaf.

A marca também irá reforçar a sua gama de veículos com tecnologia híbrida e-Power, incluindo quatro novos modelos para os segmentos B e C. Até 2023, as expetativas da Nissan apontam para uma taxa de eletrificação de 50% da sua gama, valor que será de 60% no Japão. O objetivo de vendas da gama e-Power é de um milhão de unidades no final desse ano.

Nissan será a responsável na Aliança pela tecnologia de condução autonóma

No seio da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, a Nissan será responsável pelo desenvolvimento da tecnologia de condução autónoma e veículos conectados.

Nesse âmbito, a marca japonesa prevê introduzir 20 modelos com tecnologia Pro-Pilot em 20 mercados, que deverão ser responsáveis por vendas superiores a 1,5 milhões de unidades por ano até 2023.

No mercado europeu, a tecnologia Pro-Pilot estará disponível nos modelos Leaf, X-Trail, Qashqai, Juke e Ariya.