Um video do Youtube explica como os pequenos motores de F1 chegam aos 1000 cv de potência. A eletrificação parcial é um dos aspetos, assim como a sobrealimentação e o sistema de recuperação de energia (ERS).
Um motor com 1000 cv de potência já não é assim tão inusitado. Atualmente é possível adquirir um automóvel de produção que desenvolve esse nível de potência equipado com um motor elétrico ou a gasolina. Coisa diferente é conseguir essa potência com um bloco de 1,6 litros. Parece algo do outro mundo, mas não é.
O youtuber Jason Fenske publicou um video no seu canal Engineering Explained, onde procura esclarecer tudo acerca destes propulsores. Segundo Fenske, tudo reside na combinação de um motor V6 sobrealimentado de 1,6 litros e muito rotativo com dois motores elétricos.
A origem da atual geração de motores de Fórmula 1 remonta a 2014 quando a FIA - Federação Internacional do Automóvel criou as especificações para o motor. O regulamento previa a utilização de sobrealimentação, dois motores elétricos e uma bateria para armazenar energia.
Mais 150 cv com ERS
Contudo, ao contrário do Toyota Prius híbrido, projetado para a eficiência energética, a motorização híbrida no carro de Fórmula 1 é utilizada para aumentar a potência.
Um motor elétrico é usado para regular os turbos em substituição de uma válvula de escape e para a travagem regenerativa. A energia cinética recuperada é armazenada numa bateria e é usada para alimentar um segundo motor ligado à árvore de cames.
Combinado, este sistema é denominado ERS ou Sistema de Recuperação de Energia, que acrescenta 150 cv, os quais podem ser usados em pequenas acelerações ou na ultrapassagem a um outro carro.
Combustível para 400 km
O motor de combustão, por sua vez, desenvolve uma potência de 830 cv, o que é um valor impressionante para um bloco tão pequeno. Igualmente espantosa é a eficiência energética destes motores. Por questões de segurança, os monolugares de Fórmula 1 não podem ser reabastecidos durante a corrida, o que significa que têm de transportar combustível para 400 quilómetros. Os regulamentos da Fórmula 1 também limitam o peso do combustível nos monopostos a 110 quilos. ou seja, cerca 139 litros.
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Para alcançar a potência necessária, assim como a eficiência, os motores de Fórmula 1 alcançar a eficiência térmica acima dos 50%, que é significativamente superior aos 35% de um moderno automóvel de passageiros. Para alcançar essa eficiência térmica é necessária a combinação de uma pré-câmara de ignição e uma elevada taxa de compressão de 18:1.
Existem alguns truques que os construtores de motores podem usar para a pré-câmara de ignição e para a obtenção de uma alta taxa de compressão são exclusivos e parte da receita secreta de um moderno motor de Fórmula 1.