A Mobius é um fabricante queniano de SUV e veículos de todo-o-terreno que aposta na produção de modelos de baixo custo para se impor nos mercados africanos. Mas nem tudo correu bem.
Existe no Quénia um quase desconhecido fabricante de SUV e veículos de todo-o-terreno de baixo custo chamado Mobius que tem vindo a desenvolver uma oferta adaptada aos orçamentos de muitos africanos. Contudo deixará de o ser porque irá encerrar portas, segundo assegurou recentemente um dos acionistas.
A Mobius surgiu há uma década com o objetivo de disponibilizar SUV económicos no continente africano, mas os problemas financeiros relacionados com impostos estão na origem do encerramento da empresa.
A Mobius Motors foi fundada em 2010 pelo empresário londrino Joel Jackson e no ano seguinte começou a desenvolver os primeiros protótipos, seguindo-se os modelos de produção. O primeiro a ser lançado foi o Mobius II, um SUV económico e um equipamento muito básico que não tinha ar condicionado, fecho central de portas ou direção assistida, mas era comercializado por valor equivalente a menos de 12 mil euros. Isto era metade do que custaria importar um SUV do estrangeiro.
O Mobius II conheceu uma nova geração e além de oferecer mais equipamento, incluindo um ecrã para o sistema de informação e comunicação, viu o motor 1.6 de 83 cv ser substituído por um bloco 1.8 de 133 cv.
Apesar dos valores poderem ser considerados modestos dirigia-se a um público que necessitava de uma mecânica simples e resistente, mas capaz de suportar as exigências dos exigentes caminhos em todo-o-terreno típicos do Quénia, Tanzânia e Uganda, onde era comercializados.
Mobius III
Um segundo modelo da gama da marca queniana era o Mobius III, um automóvel que não era inteiramente seu, mas um Beijing BJ40 oriundo da chinesa BAIC Motor, modificado e equipado com um motor sobrealimentado com 215 cv de potência e 320 Nm de binário.
Embora seja mais luxuoso é um todo-o-terreno com vários modos de condução 4x4, suspensão dianteira de braços duplos e traseira multibraços, oferecendo a profunidade suficiente de passagem a vau para transpor os charcos de água dos caminhos africanos.
Foi avaliada a possibilidade de transferir a sede de Nairobi, onde se encontra a linha de montagem, para outra localização em África para continuar a operação, mas os custos logísticos resultantes revelaram-se demasiado elevados.
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Atualmente, outros fabricantes internacionais como a Volkswagen ou a Toyota está a procurar fortalecer as suas posições em mercados como o Quénia ou o Ruanda para explorar este potencial. No entanto estão a deparar-se com o mesmo obstáculo: a alternativa de importação de automóveis usados a um preço competitivo.