As emissões de dióxido de carbono são uma preocupação das entidades que estudam o ambiente, sendo os carros apontados como um dos principais emissores. Mas, afinal, há outra origem que emite tanto C02 quanto o equivalente a 7 milhões de automóveis... os microondas. Um estudo da Universidade de Manchester concluiu que os ciclos de construção, uso e posterior eliminação de resíduos dos microondas emitem tanto C02 quanto 7 milhões de carros - e estes dados referem-se apenas à União Europeia. O impacto principal deriva da eletricidade utilizada durante a utilização deste aparelho, sublinha o The Guardian. Os dados revelam ainda que as emissões de 19 microondas utilizados no decurso de um ano equivalem às de um carro. Importa referir que se estima que no final desta década as vendas de microondas atinjam os 135 milhões de unidades anuais, acentuando este impacto ambiental deste eletrodoméstico. "Os esforços para reduzir o consumo devem se concentrar em consciencializar os consumidores e os seus comportamentos, tornando mais eficiente a utilização dos aparelhos", sugerem os autores do estudo. "Por exemplo, o consumo de eletricidade dos microondas pode se reduzido ajustando-se o tempo de operação ao tipo de comida", acrescentam. Leia também: Audi cria gasóleo sem emissões de CO2 Ainda assim, para David Reay, professor da Universidade de Edimburgo, os consumidores devem estar mais preocupados com as emissões de CO2 produzidas pelos automóveis do que com os impactos ambientais dos microondas. "Sim, há muitos microondas na União Europeia, e sim, eles utilizam eletricidade. Mas as emissões são reduzidas em comparação às dos carros. Há cerca de 30 milhões de carros apenas no Reino Unido, e, só estes sozinhos, emitem muito mais CO2 do que os microondas na União Europeia", diz David Reay. O professor universitário destaca que "os últimos dados mostram que os carros de passageiros no Reino Unido emitiram 69 milhões de C02 em 2015. Corresponde a 10 vezes mais o total das emissões anuais estimadas dos microondas em toda a União Europeia". A cultura do "uso descartável" deve ser repensada. Automóveis ou microondas, as consequências são desastrosas para o ambiente. Leia também: Metas de emissões para 2030 consideradas desafiantes