Haja procura... e dinheiro. Mercedes quer manter o seu V8 para lá de 2030

Numa altura em que se assiste ataque desenfreado à combustão, a Mercedes garante estar na disposição de manter o V8 para lá de 2030.

Numa altura em que, na Europa, são vários os sectores a lutar pelo fim dos motores de combustão, a Mercedes vem agora garantir estar na disposição de continuar a comercializar o seu famoso bloco V8, para lá do ano-limite de 2030. Basta, assegura o fabricante, que haja interessados...

Depois de ter anunciado, ainda em 2021, a intenção de se tornar uma marca automóvel 100% elétrica, a partir de 2030 - isto, "desde que as condições do mercado o permitam", frisou então... -, a Mercedes-Benz parece, agora, já não tão determinada em esquecer o peso que os motores de combustão tiveram, ao longo dos tempos, no seu crescimento e afirmação.

É o caso, por exemplo, do hoje em dia famoso V8, também conhecido pelo nome de código M113, e que tem sido um dos expoentes daquilo que é a vertente mais desportiva da marca. Mas cujo futuro parecia já sentenciado, devido às imposições legislativas centradas nas emissões de CO2...

O bloco V8 4.0 turbo tem sido um dos expoentes da faceta desportiva da Mercedes
O bloco V8 4.0 turbo tem sido um dos expoentes da faceta desportiva da Mercedes

Contudo e porque, especialmente junto dos clientes e fãs da marca, este oito cilindros em V continua sendo objecto de uma quase reverência, a marca da estrela terá já tomado a decisão de continuar a disponibilizar este bloco, para além de 2030... desde que a procura, por parte dos clientes, continue a existir.

A garantia foi, de resto, dada pelo responsável da Mercedes para o Desenvolvimento de Veículos de Passgeiros, Joerg Bartels, em entrevista à revista australiana CarSales. Assegurando que, desde o fabricante consiga fazer com que o bloco respeite aqueles que vão sendo os valores de médios de emissões impostos pelos governos, vai continuar a ser disponibilizado.

"No fundo, a única exigência que temos é que o motor consiga inserir-se naquilo que é a nossa estratégia global, em termos de emissões, e que passa, essencialmente, por conseguir tornarmo-nos neutros em termos de CO2, até ao final da década de 30, ou seja, até 2039", explica Bartels. Isto, porque, recorda, o objectivo final do fabricante de Estugarda é "tornarmo-nos puramente elétricos".

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Contudo e enquanto essa data-limite não chega, "se ainda houver procura por blocos V8 a gasolina em algumas regiões do globo e nós continuarmos a ter esse tipo de motores, porque é que haveríamos de deixar de vender?", questiona Joerg Bartels.

No fundo, aquilo que responsável da Mercedes quer dizer, é que a marca da estrela possui know-how suficiente para fazer evoluir este tipo de motores de combustão, de forma a que cumpram regulamentos anti-emissões cada vez mais rígidos e exigentes. Embora, para isso, sejam necessários investimentos cada vez maiores, tal como custos de desenvolvimento e produção mais altos; algo que, naturalmente, terá, de ser repercutido no valor a pagar pelos clientes.

No entanto e enquanto existirem clientes dispostos a assumir esse custo, a Mercedes também assume o compromisso de não deixar de satisfazer essa procura...

V12? Também temos, sim, senhor...

De resto e embora propostas como o AMG C63 estejam a trocar o V8 por um mais "modesto" quatro cilindros, a verdade é que a marca de Estugarda continua a registar resultados comerciais para este tipo de motores e, inclusive, até para motores maiores, como é o caso do V12.

Maybach S680 V12
Maybach S680 V12

Bloco que, recorde-se, o fabricante disponibiliza, presentemente, no Maybach S680, um dos automóveis mais luxuosos, exclusivos e estatutários que o dinheiro pode comprar...