Porque o luxo também se ressente. Mercedes corta na produção do Classe S

Com o mercado de luxo regista um declínio na procura, a Mercedes acaba de decretar uma redução na produção do Classe S. Mas não é a única…

Numa altura em que também o mercado de luxo regista um declínio na procura, a Mercedes acaba de decretar uma redução na produção daquele que é também um dos seus modelos mais lucrativos, o Classe S. Mas não é a única…

Produzido na emblemática Fábrica 56, uma unidade de produção totalmente digitalizada, mas que conta com uma força de trabalho de cerca de 1.500 trabalhadores, distribuídos por dois turnos, o Mercedes-Benz Classe S vai, a partir de agora, ver aumentados os seus prazos de entrega.

Isto, porque, numa altura em que até mesmo o mercado do luxo não escapa à retracção na procura mundial, a Mercedes decidiu cortar na produção do modelo, reduzindo a apenas um turno, a sua montagem, avança a Automotive News Europe.

Mercedes-Benz Classe S
Mercedes-Benz Classe S

Esta decisão levará, desde logo, a um corte no número de trabalhadores envolvidos, os quais, uma vez regressados do período de férias de verão, serão, ou integrados "noutras áreas de produção da fábrica", ou simplesmente dispensados, explicou um porta-voz do construtor de Estugarda, à também alemã Automobilwoche.

Recorde-se que na Fábrica 56 são produzidos, não somente o Classe S, como também o "irmão" elétrico EQS, mais os modelos das sub-marcas Maybach e AMG. Situação que, ainda assim, não impediu a unidade de laborar, desde a sua inauguração, há quatro anos, abaixo das capacidades previstas.

De resto e segundo também avança a Auto News, a venda combinada dos quatro modelos (Classe S, EQS, SUV EQS e GLS) foram de apenas 33.400 unidades, entre abril e junho. Número que representa uma queda de quase 25%, em comparação com as vendas do ano anterior, de 44.200 unidades.

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No caso específico do Classe S, as vendas terão caído 13% na China, 19% nos EUA e 27% na Europa.

A reflectir estas quedas, uma descida da quota no segmento superior de 16 para 14%, o que levou a um corte na margem de lucro, no negócio automóvel, no segundo trimestre de 2024, de 13,5 para 10,2%.

Mercedes não é a única

Entretanto e porque o problema não afecta apenas a Mercedes, também a vizinha e rival Audi está a ser confrontado com uma lenta evolução nas vendas dos seu modelo elétrico maior, o Q8 e-tron. Situação que, refere a Automotive News, poderá levar, inclusivamente, ao fecho da fábrica onde é fabricado, em Bruxelas, na Bélgica.