Num claro levantar do pé do acelerador, no que à mobilidade 100% elétrica diz respeito, a Mercedes-Benz acaba de desistir, igualmente, da ambição de construir oito novas fábricas de células de baterias, até ao final da década. Isto, porque já não acredita que, em 2030, 50% das suas vendas possam ser de elétricos…
Segundo avança o Automotive News Europe, o fabricante automóvel de Estugarda terá decidido esperar para ver em que ponto estabilizará a procura mundial por veículos elétricos, isto numa altura em que se assiste a um arrefecimento da procura, antes de adicionar mais capacidade de produção de células de bateria.
Segundo o director de tecnologia do grupo, Markus Schafer, as previsões de que o fabricante necessitaria de mais de 200 gigawatts-hora (Gwh) de capacidade de células de bateria, até ao final da década, mostra-se agora exagerada. O mesmo acontecendo com as previsões que apontavam para que a Mercedes pudessem chegar a 2030 com os veículos eletrificados (híbridos plug-in incluídos) a representarem 50% das suas vendas.
Aliás, os 200 Gwh baseavam-se, inclusivamente, na suposição de que todas as vendas anuais da Mercedes, cerca de dois milhões de veículos, fossem elétricas, na passagem da década.
No entanto e falando, agora, na inauguração de mais um centro de pesquisa e produção de células de bateria, na sede do fabricante, Schafer garantiu que "somos relativamente flexíveis", pelo que, "pensaremos nos próximos passos quando tivermos uma ideia mais precisa quanto à procura". Neste momento, a capacidade instalada "é suficiente para cobrir a próxima etapa", garantiu.
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Nesta nova fábrica, a abarcar uma área de 10 mil metros quadrados, a Mercedes prevê fabricar dezenas de milhares de células de bateria por ano, além de continuar a trabalhar em células de iões de lítio com ânodos de alta energia e cátodos livres de cobalto. Mas também tecnologia de estado sólido, a qual promete mais capacidade de armazenamento de energia, maior autonomia e carregamento mais rápido.
Apostar em várias mesas
Vale a pena também recordar que o grupo Mercedes assinou, em 2022, um acordo com a chinesa CATL, para receber células de bateria da fábrica de 100 Gwh, que a empresa chinesa está a construir na Hungria. Não tendo sido divulgada, no entanto, as quantidades que o grupo alemão vai receber.
Ao mesmo tempo, o fabricante também mantém uma joint-venture com a Stellantis ACC, na qual detém uma participação de 30 por cento, e que tem como objectivo a instauração de uma fábrica com uma capacidade instalada de 40 Gwh, da qual também receberá células de bateria.
A par destas e apesar de já ter desistido de construir mais duas fábricas do género, na Alemanha e na Itália, a Mercedes-Benz mantém ainda fornecedores nos EUA e na China.