Com o preço a começar em 73 800€, está já disponível para encomenda em Portugal o Mercedes EQE 350+. Com um motor elétrico que aciona as rodas traseiras a potência anunciada é de 292 cv e a autonomia pode chegar aos 654 km. Conforto e dinâmica marcam pontos.
A ofensiva elétrica da Mercedes prossegue com o lançamento do EQE, já disponível para encomenda em Portugal, com o preço a começar nos 73 800€ no caso da versão 350+, equipada com um motor de 292 cv e tração traseira.
Ao mesmo tempo é lançada uma versão mais potente, o AMG EQE 43 4Matic que conta com dois motores somando uma potência total de 576 cv e tração integral. O preço, neste caso, começa nos 105 650€.
Estes são os modelos disponíveis desde já, a que se juntarão, em junho, o EQE 500 4Matic (408 cv) e o AMG EQE 53, com 687 cv. Ambos terão um motor por eixo e tração integral, não sendo ainda conhecido o preço.
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Todas as versões EQE recorrem à mesma bateria de iões de lítio com uma capacidade de 90,56 kWh.
Com muito espaço... e luxo
Com 4,95 metros de comprimento e 1,96 metros de largura, o EQE é 27 centímetros mais curto do que o EQS, facto que não o impede de oferecer um interior onde o espaço disponível supera largamente aquele que nos é oferecido pela Classe E.
Face à berlina elétrica mais luxuosa do mundo, a única limitação neste Mercedes é mesmo o espaço para bagagem, que não vai além de 430 litros (menos 180 litros que o EQS).
A sensação de luxo mantém-se como principal destaque, com a Mercedes a salientar, muito justamente, que tal é conseguido recorrendo, em ainda maior escala, a materiais reciclados.
As tecnologias mais avançadas marcam também presença, principalmente através dos dois painéis digitais de grandes dimensões que fornecem todas as informações de condução, bem como permitem aceder às funcionalidades mais avançadas.
O revolucionário Hyperscreen, com a última versão do sistema MBUX que recorre a inteligência artificial para "responder" por antecipação aos desejos dos ocupantes, apenas está disponível, em opção, no EQE AMG 43.
Conforto e dinâmica marcam condução
Ao definirmos o EQE como um EQS mais pequeno, referimo-nos unicamente às dimensões, já que o bem-estar a bordo foi preservado de maneira integral, o mesmo acontecendo com as características que definem a condução elétrica.
Ao volante da versão EQE 350 +, num trajeto de 250 km entre Lisboa e a Nazaré (e regresso), percebemos, imediatamente, que a Mercedes manteve bem alto o nível de exigência na sua segunda berlina EQ.
A solidez da estrutura e a suspensão pneumática Airmatic, de série em todas as versões, asseguram os mais elevados níveis de conforto e uma dinâmica que surpreende face às dimensões, principalmente quando o EQE está equipado (em opção) com o eixo traseiro direcional, que permite que as rodas traseiras possam virar num ângulo de até 10 graus, um recorde na indústria automóvel.
O efeito prático é uma melhor inserção em curva e uma maior capacidade de manobra que se traduz num diâmetro de viragem de 10,7 metros (12,5 metros sem eixo direcional), um valor que é mesmo melhor do que o exibido por muitos modelos do segmento C.
Motor: potência à suavidade... com consumos contidos
Além do absoluto silêncio a bordo e da cativante suavidade de rolamento impressionou-nos a resposta do motor de 292 cv e 565 Nm de binário máximo instantâneo, que se expressa numa aceleração de 0 a 100 km/h em 6,4 segundos.
Para este primeiro contacto foi-nos lançado o desafio de realizar o mínimo consumo possível, desafio esse que decidimos ignorar, privilegiando uma condução absolutamente normal, "gozando" as capacidades do motor e, nalguns casos, cometendo, até, alguns "exageros" para avaliarmos o EQE 350+ "na vida real".
Ainda assim, o consumo médio de 18,3 kWh/100 km que realizámos (o valor oficial varia entre 15,7 kWh e 19,3 kWh) impressionou-nos muito favoravelmente. Desde logo porque, como dissemos, efetuámos uma condução absolutamente normal e, também, porque tal teve como resultado uma autonomia, nessas condições, de aproximadamente 450 km. Sim, longe do valor oficial (654 km), mas em perfeita consonância com as nossas necessidades. Ainda mais porque, com o carregador de 22 kW (opcional) num posto de carregamento de 170 kW, é possível repor energia para 250 km em 15 minutos, e 80% da capacidade máxima em 32 minutos.
Sem dúvida que a mobilidade elétrica começa a fazer sentido e muitos dos seus constrangimentos estão a ficar para trás. Ainda mais, se fizermos contas aos custos. E, em particular, para aqueles que privilegiam o prazer de condução.