Continua a debandada dos fabricantes automóveis do mercado russo, sendo que, o exemplo mais recente desta fuga, é a Mercedes-Benz. Construtor que acaba de anunciar a venda de todos os seus ativos na Rússia, ao grupo de retalho automóvel Avtodom, deixando, assim, de ter uma presença directa no país liderado por Vladimir Putin.
Com a guerra na Ucrânia a ameaçar prolongar-se por tempo indeterminado e as sanções daí decorrentes, impostas à Rússia pelos países ocidentais, a endurecerem, a Mercedes-Benz decidiu, assim, seguir a mesma estratégia de muitos outros fabricantes automóveis, abandonando um mercado que, embora com um peso importante nas suas vendas, acarreta, hoje em dia, muitos outros problemas.
O anúncio da saída foi feito, pela própria marca de Estugarda, durante a apresentação dos resultados financeiros da companhia, relativos ao terceiro trimestre, avança a Automotive News Europe, citando as palavras de Natalia Koroleva, CEO da Mercedes-Benz Russia.
"As principais prioridades para que pudéssemos concordar com os termos da transacção foram no sentido de garantir a maximização das obrigações com os clientes russo, tanto em termos de serviços pós-vendas e financeiros, como na preservação dos empregos dos funcionários das divisões russas da empresa", afirmou Koroleva.
Recordar que, ainda em março, a Mercedes anunciou o fim da exportação de veículos para a Rússia, ao mesmo tempo que determinava o fim da produção de automóveis no País.
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Entretanto e segundo revela o relatório financeiro relativo ao terceiro trimestre de 2022, a Mercedes-Benz conta, atualmente, com 1,8 mil milhões de euros em activos no país, assim como com cerca de mil milhões de passivo. Sendo que, após a venda dos activos, a empresa alemã manterá, ainda assim e segundo revela a Automotive News, uma participação de 15 por cento no fabricante automóvel russo Kamaz.
Mercedes-Benz, a última de muitas...
A terminar, relembrar, igualmente, que a Mercedes-Benz não é o primeiro, nem o único, fabricante automóvel a optar pela saída, pura e simples, da Rússia, sendo que, antes desta, já outras companhias, como a Renault ou a Nissan, seguiram o mesmo caminho. Embora e neste dois casos, vendendo os seus activos ao Instituto Central de Pesquisa e Desenvolvimento de Automóveis e Motores da Rússia, NAMI.
Já a nipónica Toyota, optou por fechar definitivamente a sua fábrica em São Petersburgo, mantendo, no entanto, a sua rede de concessionários, como forma de dar apoio aos veículos da marca que já circulam na Rússia.
Outras fabricantes de nicho, como é o caso da Lamborghini ou da Ferrari, optaram por suspender, tanto as operações no mercado russo, como a própria produção destinada a este mercado, ao mesmo tempo que doavam dinheiro para projectos humanitários internacionais de ajuda aos refugiados ucranianos.