Para o segmento de veículos premium de topo, a Mercedes-Benz vai lançar a nova marca Mythos que vai ser ainda mais exclusiva do que a Maybach e se destina a combater algumas das propostas da Aston Martin, Ferrari e McLaren.
A Mercedes-Benz anunciou o lançamento da marca dedicada e especializada em a "automóveis de colecionador muito exclusivos", a Mythos, ao abrigo da sua estratégia de aumentar até 60% as vendas de veículos de topo entre 2019 e 2026.
Segundo a Mercedes-Benz, a Mythos irá produzir veículos especiais de baixo volume para "os entusiastas e colecionadores mais dedicados" da marca de Estugarda.
Uma imagem de antevisão divulgada pela Mercedes-Benz sugere que o primeiro Mythos será um speedster cabrio baseado no novo Mercedes-AMG SL e que provavelmente irá concorrer com modelos exclusivos do mesmo segmento da Aston Martin, Ferrari e McLaren.
A Mythos terá um posicionamento acima da Maybach em termos de portefólio de marcas da Mercedes-Benz.
Alargamento da oferta de topo
Ola Källenius, CEO do construtor de Estugarda, afirmou que a "maioria das empresas de luxo constroem o seu portefólio a partir de um ou dois verdadeiros ícones". O finlandês acrescenta que a Mercedes-Benz tem a sorte de ter muitos produtos icónicos e marcas na parte superior do seu portefólio como o Classe S, o Classe G como também as marcas AMG e Maybach.
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"Vemos aqui um grande potencial para alargar o nosso portefólio de topo com produtos ainda mais fascinantes para os nossos clientes", refere Ola Källenius.
Ao apostar em produtos mais luxuosos e de margem mais elevada, a Mercedes-Benz pretende "alcançar resultados financeiros robustos, mesmo sob as mais desafiantes condições do mercado".
Melhoria das margens
O construtor de Estugarda pretende alcançar uma margem operacional de 14% até meados da década e irá concentrar até 75% dos investimentos totais no desenvolvimento destes automóveis de margens mais elevadas.
À semelhança de muitos outros fabricantes, a Mercedes-Benz tem vindo a dar prioridade à produção de veículos mais caros, tendo registado um crescimento da procura de 30% nos modelos de topo, o que contribui para melhorar as receitas em nove por cento no ano passado e apesar de uma redução da produção de cinco por cento devido aos constrangimentos na cadeia de abastecimento.
A Mercedes-Benz irá apostar em três categorias diferentes de automóveis: luxuosos de topo, luxuosos e luxuosos de entrada.
Na primeira categoria estão englobados todos os veículos AMG e Maybach, assim como os veículos elétricos EQ mais caros, além do Classe S, GLS, Classe G e séries especiais limitadas.
Maybach será estratégica
Na estratégia da Mercedes-Benz, um dos pilares assentará na Maybach, que contará com uma versão do SUV EQS, apresentado no Salão de Munique de 2021, devendo chegar aos concessionários em 2023.
A Maybach também terá uma versão do SL e um novo Maybach coupé, que provavelmente será baseado no novo AMG GT.
A Mercedes-Benz ainda está a estudar a expansão da família G para além do atual Classe G. Em 2024, deverá chegar uma versão elétrica deste 4x4 de luxo, denominado EQG.
A categoria veículos luxuosos abrange os modelos de maior volume como o Classe C e o Classe E, estando prevista a chegada de uma nova geração daquele último modelo já em 2023.
Redução nos modelos de entrada
A aposta em produtos mais luxuosos vai ter implicações nos modelos de entrada da marca e Ola Källenius já sugeriu que a Mercedes-Benz deverá "olhar para cima em vez de para baixo".
O construtor de Estugarda vai reduzir a sua oferta de entrada de sete modelos para quatro e estes deverão contar com conteúdos tecnológicos ainda mais sofisticados.
O primeiro veículo elétrico compacto baseado na nova plataforma MMA deverá chegar em 2024 e marcará o início da reinvenção da oferta para este segmento.