Assumindo uma postura diferenciada face a muitos outros construtores, a Mercedes-Benz recusa abandonar o papel de fabricante automóvel, para se tornar um fornecedor de soluções de mobilidade. Motivo pelo qual veio já anunciar o abandono da corrida pela Condução 100% Autónoma.
Depois de fazer parte do primeiro lote de participantes na corrida pelo lançamento de carros 100% autónomos, a Mercedes-Benz decide, agora, dar o passo atrás e abandonar esta disputa muito especial. E que promete transformar (alguns) fabricantes automóveis, em fornecedores de soluções de mobilidade, independentemente do tipo de cliente.
Então comandada por Dieter Zetsche, a marca da estrela chegou, de resto, a desenvolver verdadeiras viaturas totalmente autónomas, entre as quais o futurista F015 Luxury In Motion Concept, apresentado há cerca de cinco anos, como o futuro do Automóvel. Sendo que, foi preciso a entrada de um novo homem-forte, Ola Källenius, para que a Mercedes-Benz optasse por colocar travões a fundo e mudar de rumo.
Em declarações à publicação Redaktionsnetzwerk Deutschland, Källenius defendeu que é mais importante, para a Mercedes-Benz, conseguir lucros estáveis e substanciais, do que perseguir, de forma cega, a inovação.
"A ideia da conversão das marcas automóveis em fornecedores de serviços de mobilidade, é uma ideia do passado", afirma um porta-voz da marca da estrela, garantindo que "vamos, mais uma vez, afastar-nos dessa ideia. Não vamos conseguir fazer dinheiro com ofertas como o car-sharing. Os nossos investidores não esperam apenas vendas, mas, acima de tudo, lucros".
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Quanto ao envolvimento na corrida pela oferta do Nível 5 de Condução Autónoma, o mesmo porta-voz foi liminar: "Não competimos em quaisquer corrida que saibamos, à partida, que não podemos vencer".
Recordar que, já com Ola Källenius ao leme, a Mercedes-Benz decidiu cortar nos investimentos em termos de pesquisa e desenvolvimento. Sendo que, já no final de 2019, o mesmo gestor decidiu abandonar a parceria que mantinha com a BMW, numa empresa destinada a oferecer serviços de car-sharing.
De resto, o próprio Redaktionsnetzwerk Deutschland recorda que, enquanto nos EUA a aposta no desenvolvimento da condução 100% autónoma parece continuar de vento em popa, na Europa, esta tecnologia parece ter sido colocada em stand-by, pela maioria dos fabricantes automóveis.