A Daimler Trucks iniciou um exigente programa de testes com o Mercedes-Benz GenH2 Truck, o protótipo da sua futura gama de camiões a hidrogénio. A autonomia anunciada para estes veículos é superior a mil quilómetros.
A Daimler Trucks iniciou testes rigorosos com um protótipo do Mercedes-Benz GenH2 Truck, o camião a hidrogénio revelado em 2020. O fabricante alemão aposta em veículos pesados de mercadorias equipados com células de combustível para a eletrificação dos seus veículos, garantindo soluções flexíveis para o exigente transporte de longo curso.
O construtor germânico pretende oferecer uma autonomia de até mil quilómetros sem muitas paragens para reabastecimento.
Os primeiros testes com o Mercedes-Benz GenH2 Truck representam um passo importante em direção à produção em série. Ao longo destes ensaios, os veículos serão sujeitos a duras provas, não só para o camião, mas também para os seus componentes.
Os técnicos da Daimler Trucks vão procurar avaliar a resposta do protótipo em condições de operação contínua, sob diferentes condições meteorológicas e superfícies do piso, e várias manobras de condução.
De acordo com o plano de desenvolvimento da Daimler Trucks, o veículo também será testado em estradas públicas até ao final de 2021. Os testes em clientes estão previstos para 2023 e as primeiras unidades produzidas em série do GenH2 Truck deverão começar a ser entregues em 2022.
Testes exaustivos
Os engenheiros de desenvolvimento da Daimler Trucks estão a conceber o GenH2 Truck para que o veículo e os seus componentes tenham a mesma durabilidade do que um Mercedes-Benz Actros convencional. Isto significa 1,2 milhões de quilómetros percorridos na estrada durante um período de dez anos e um total de 25 mil horas de operação.
Por esse motivo, o GenH2 Truck terá de cumprir testes extremamente exigentes, tal como outra nova geração do Actros. Nas primeiras semanas de testes, o protótipo já percorreu centenas quilómetros com carga completa no circuito de testes e enfrentou situações extremas baseadas em condições de operação reais, designadamente travagens de emergência ou condução nas bermas.
O GenH2 Truck foi desenhado de raiz e recebe componentes totalmente novos que estão ser testados intensivamente: sistema de célula de combustível, linha motriz elétrica e todos os sistemas associados como uma unidade especial de refrigeração.
Além disso, o peso específico dos novos componentes e a sua localização no veículo afetam o comportamento dinâmico do camião. Como consequência, as vibrações causadas pelas estradas degradadas e situações extremas sujeitam o camião a célula de combustível a forças diferentes das verificadas em veículos convencionais.
Para obter uma informação extensa acerca disto nesta fase inicial, camião de teste está carregado com 25 toneladas para atingir um peso bruto de 40 toneladas.
Hidrogénio líquido
A Daimler Trucks optou pela utilização de hidrogénio líquido porque a densidade energética é superior à do hidrogénio em estado gasoso. Como resultado, os depósitos de hidrogénio são mais pequenos e, graças à menor pressão, mais leves.
Como resultado, o camião disponibiliza mais espaço de carga e uma carga útil maior. Por outro lado, pode transportar mais hidrogénio, aumentando a autonomia do veículo.
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Segundo o construtor alemão, estas caraterísticas fazem do GenH2 Truck, tal como os camiões diesel convencionais, uma solução adequada para a operação quotidiana no exigente transporte de longo curso, onde as necessidades diárias de energia são elevadas.
Os especialistas da Daimler Trucks estão a ultimar o desenvolvimento de tecnologias para os depósitos de hidrogénio líquido com base num plano pré-definido. Até final do ano, os engenheiros pretendem ter suficientemente amadurecido o protótipo do novo sistema de depósito de hidrogénio para ser utilizado nos exigentes testes do GenH2 Truck.
Os testes passarão a ser realizados exclusivamente com depósitos de hidrogénio líquido até se atingir a fase de produção em série. Até lá, os testes internos do GenH2 Truck serão efetuados com depósitos de hidrogénio gasoso. A Daimler Trucks pretende demonstrar que ambas as variantes - gasosa e líquida - podem ser implementadas tecnicamente.