Mercedes alerta para a dependência informática da Europa

Falando numa conferência automóvel realizada em Berlim, na Alemanha, o responsável máximo da Mercedes-Benz AG para a Condução Autónoma e Integração mostrou a sua preocupação com a dependência que a indústria europeia mantém relativamente a outros blocos económicos, como os EUA ou a China, em particular, em domínios como o hardware informática utilizado nos veículos e o armazenamento em nuvem (Cloud), que é atualmente disponibilizado por empresas chinesas.

“Quanto mais avançamos em domínios como o da Inteligência Artificial (IA), mais avançamos na necessidade de contarmos com um computador cada vez mais eficiente”, afirmou, em declarações reproduzidas pela Automotive News Europe, Georges Messing, defendendo que, neste momento, “vejo poucas iniciativas europeias de investimento neste tipo de hardware e em computadores de alto desempenho para o Automóvel”.

A Auto News recorda os casos do Volkswagen Group, que, depois de se debater durante vários anos com problemas no desenvolvimento do seu próprio software, decidiu agora recorrer à norte-americana Rivian Automotive e à chinesa Horizon Robotics para acelerar o desenvolvimento de veículos elétricos mais inteligentes. Ou, ainda, da própria Mercedes, que decidiu investir na start-up chinesa de IA Momenta, com o objectivo de reforçar os seus sistemas de assistência à condução.

Na sua intervenção, Massing destacou, ainda, a utilização, em toda a indústria, de sensores de detecção e alcance de luz (LiDAR), os quais são predominantemente fabricados nos EUA e China. Situação que levou o vice-presidente da Mercedes-Benz a defender a necessidade da Europa fabricar os seus próprios chips de alto desempenho e apoiar os seus próprios fornecedores de armazenamento em cloud.