O mercado automóvel português dá sinais de recuperação no primeiro semestre de 2021, com um crescimento de 25,6%, mas ainda está abaixo do nível de 2019. A crise dos semicondutores surge como uma nova ameaça para o setor, que se veio juntar ao da pandemia de COVID-19.
O mercado automóvel português tem vindo a recuperar desde abril e no final do primeiro semestre registou um crescimento de 25,6% face a igual período do ano passado, com 81.445 veículos ligeiros de passageiros matriculados, segundo dados divulgados pela ACAP - Associação Automóvel de Portugal.
Aquela entidade sublinha que, não obstante a variação positiva verificada no primeiro semestre de 2021, os dados apontam para uma quebra de 34,1% relativamente ao período homólogo de 2019, pré-pandemia COVID-19.
A ACAP acrescenta que não é só a pandemia de COVID-19 que está a condicionar a procura por parte dos consumidores e as vendas de automóveis, mas também a crise dos semicondutores que está a afetar o lado da oferta, levando à interrupção da produção das fábricas, com consequências a nível de fornecimento de viaturas aos concessionários.
Neste contexto, a ACAP entende que, apesar dos concessionários estarem a operar em pleno, 2021 está a revelar-se um "ano particularmente difícil para o setor depois de um 2020 em que se verificou uma das maiores quedas de mercado de sempre".
Peugeot e Renault discutem liderança
No primeiro semestre de 2021, a Peugeot foi a marca preferida pelos consumidores portugueses, com 9525 unidades matriculadas, mas a Renault está à espreita de uma "escorregadela" da marca do leão, que ficou a menos de 500 unidades e no mês de junho foi mesmo a mais vendida, com 3247 unidades contra 1523 da sua rival.
O lugar mais baixo do pódio é discutido por duas marcas premium alemãs, com a Mercedes-Benz a levar a melhor sobre a BMW, embora a margem entre ambas seja inferior a 300 unidades, com 6612 unidades contra 6322 unidades. Curiosamente, no mês de junho verificou-se a mesma tendência da verificada entre a Renault e a Peugeot, com a BMW a matricular mais 300 unidades do que a Mercedes-Benz.
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No quinto lugar surge mais uma marca do agora universo Stellantis, antigamente Grupo PSA, a Citroën, com 5583 unidades matriculadas. Na posição imediata surge a Toyota, com 4567 unidades, mas com uma vantagem pouco superior a 250 unidades sobre a Volkswagen. A primeira marca coreana é a Hyundai, com 3558 unidades matriculadas, surgindo na oitava posição da tabela da ACAP.