Foi há 30 anos que Ayrton Senna foi campeão de Formula 1 pela primeira vez. Ao volante de um McLaren. A título de celebração, a McLaren Special Operations fez esta peça única
As cores do McLaren MP4/4 que levou Ayrton Senna à vitória no campeonato da disciplina rainha em 1988 são o primeiro cartão-de-visita deste exemplar único do P1, desenvolvido pela McLaren Special Operations (MSO). É o chassis número 12, que mistura o "Rocket Red" com o "Anniversary White", para homenagear as cores da Marlboro do carro de Senna e que foi também a decoração identificativa da McLaren durante mais de 20 anos. A ideia foi subscrita por um colecionador e demorou três anos a desenvolver, por um custo que ninguém divulga.
[https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/08/MSO-BC06-010-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/08/MSO-BC06-001-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/08/MSO-BC06-001_1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/08/MSO-BC06-002-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/08/MSO-BC06-003-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/08/MSO-BC06-005-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/08/MSO-BC06-006-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/08/MSO-BC06-008-1.jpg]Um dos elementos mais curiosos da decoração é o código de barras na lateral, em substituição da Marlboro, patrocinadora da equipa na época, de forma a cumprir as regras da publicidade anti-tabaco. O carro exibe ainda legendas "Senna" na entrada de ar, no splitter dianteiro e nas portas, onde também vemos bandeiras brasileiras.
Aos 980 cv de potência combinada do híbrido P1 de série (350 km/h limitados eletronicamente) o proprietário afirma que esta unidade adiciona um agradável acréscimo de potência, mas a verdade é que a marca passa ao lado de qualquer informação detalhada. O que é bem visível no motor é a cobertura específica e uma proteção térmica em ouro de 24 quilates.
O tratamento aerodinâmico é outro importante fator de diferenciação, saltando à vista o splitter e a asa traseira redesenhados, a proporcionarem um significativo aumento da força descendente, dos 600 kg para os 800 kg no modo Race.
No habitáculo a diferenciação também foi cuidada ao detalhe, envolvendo, por exemplo, o volante multifunções com a inscrição "Senna" e forrado a Alcantara, com costuras idênticas às do MP4/4 do piloto brasileiro, enquanto os bancos do P1 "normal" foram substituídos pelas bacquets de competição mais leves que encontramos no McLaren Senna.
Para guiar o carro que também recebe a alcunha de "Beco", como Ayrton era conhecido pelos familiares e amigos próximos, o dono deste GTR utilizará um capacete de competição decorado ao estilo do próprio carro. Incondicional admirador de Ayrton Senna desde a sua infância, o feliz proprietário desta unidade fez ainda questão de que uma reprodução da assinatura do piloto brasileiro figurasse numa das soleiras em fibra de carbono, acompanhada por uma das suas frases mais emblemáticas: "Não fui feito para ficar em segundo ou terceiro. Fui feito para ganhar". A assinatura de Senna volta a aparecer no painel frontal, acompanhada por uma linha vermelha que se estende ao interior das portas.
O MP4/4 é o monolugar de Formula 1 mais bem sucedido da história da McLaren. A competitividade deste carro está intimamente relacionada com o mago da engenharia de F1 Gordon Murray, que também seria o criador do emblemático McLaren F1 de estrada.
A dupla de pilotos composta por Ayrton Senna e Alain Prost levou o MP4/4 com motor Honda a 15 vitórias nas 16 corridas da temporada de 1988 (só a Ferrari conseguiu vencer no GP de Itália, com Gerhard Berger), uma estatística inigualada até hoje. O piloto brasileiro foi responsável por oito dessas vitórias, reivindicando o campeonato na penúltima prova, em Suzuka, enquanto a McLaren foi campeã de construtoras com o triplo dos pontos (199) da segunda classificada, a Ferrari (65 pontos).