Os últimos motores de combustão interna na Europa terão seis cilindros e deverão cumprir a norma Euro 7. A oferta irá incluir um bloco de 3,0 litros a gasolina e um 3,3 litros diesel. Ambos disponíveis com tecnologia micro-híbrida.
Enquanto a maioria dos construtores tem vindo a anunciar a descontinuação da oferta de motores diesel e a eletrificação de todas as suas gamas, a Mazda parece estar a remar contra a maré ao lançar uma nova família de motores de elevada cilindrada com arquitetura de seis cilindros em linha.
Os novos blocos são a gasolina e a gasóleo e também vão no sentido oposto ao verificado na indústria, que é o da diminuição da cilindrada. A Mazda optou pelo desenvolvimento de propulsores de 3,0 litros a gasolina e 3,3 litros a gasóleo, que, muito provavelmente, serão os seus últimos motores de combustão interna.
Em declarações ao Automotive News, um dos responsáveis do departamento técnico de Pesquisa & Desenvolvimento da Mazda na Europa, Joachim Kurz, afirmou que "provavelmente será a última geração de motores de combustão interna, pelo que nos estamos a preparar para as normas mais exigentes, que depois iremos ajustar com o recurso a soluções de pós-tratamento".
Os investimentos posteriores serão realizados para cumprir os níveis de emissões da legislação, cujos limites serão cada vez mais apertados. A Mazda acredita que o motor diesel irá cumprir a norma Euro 7, cujos contornos só deverão ser anunciados pela Comissão Europeia em julho. A nova norma só deverá entrar em vigor mais para o final desta década.
Espaço de manobra
Muitos fabricantes já expressaram a sua preocupação acerca do aumento do preço dos automóveis com motor de combustão interna para recuperarem o acréscimo nos custos de engenharia para os motores ficarem mais limpos.
A Mazda considera que ainda há lugar para blocos de seis cilindros. Um dos motivos que levou a marca japonesa a aumentar a cilindrada foi dar aos engenheiros um maior espaço de manobra.
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"Um motor de 3,3 litros permite-nos jogar pelo seguro em termos de binário e potência. Joachim Kurz referia-se ao impacto de uma legislação mais rígida em termos de diminuição de potência e binário nos motores de combustão interna.
Os dados relativos ao motor a gasolina de 3,0 litros ainda não foram divulgados, mas já são conhecidos os Skyactiv-D: 231 cv de potência e 500 Nm na versão normal e 254 cv e 550 Nm com tecnologia micro-híbrida.
O motor diesel será comercializado no mercado europeu e Joachim Kurz considera que o novo bloco de 3,3 litros será tão frugal como o de quatro cilindros devido a eficiente processo de combustão.