A apresentação nacional do Mazda MX 30, o primeiro elétrico da marca japonesa, coincide com o centenário da Mazda e insere-se numa estratégia de diversificação energética e tecnológica. Com uma bateria de 35,5 KWh a sua autonomia não é naturalmente muito grande.
O facto de a autonomia não ir além dos 200 km em ciclo combinado (265 em ciclo urbano) prende-se com o posicionamento que a marca dá a este SUV elétrico que usa o mesmo prefixo MX reservado a modelos e conceitos inovadores.
Para a Mazda não faz sentido no atual estado da arte propor veículos elétricos com autonomias maiores dada a limitação que estas propostas ainda apresentam em termos de tempo de carga.
Mesmo assim são precisas 5 horas para carregar totalmente a bateria num posto de carga com uma potência de 6,6 kW (14 horas numa tomada de 2,3 kW) para repor a totalidade da energia elétrica para alimentar o motor elétrico síncrono de 145 cv e um binário de 270 Nm!
Estes são valores que expressam bem as capacidades dinâmicas deste modelo que apresenta uma silhueta invulgar da qual destacamos mais uma vez a abertura das portas traseiras ao contrário das da frente, uma fórmula há muito usada pela Mazda no RX8, um modelo emblemático que marcou, sem dúvida, uma etapa importante nos 100 anos da marca.
Ambientalmente compatível
O mesmo está destinada a esta estreia elétrica de um modelo exclusivo que tem outros atributos além da tecnologia elétrica usada. É o caso de materiais ambientalmente sustentáveis usados como a cortiça, material em que Portugal é o maior contribuinte entre outros que visam reduzir a pegada ecológica de todo o processo desde a fábrica ao fim de vida do modelo.
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A solução das portas traseiras dispensa o pilar central pelo que a estrutura teve de ser reforçada a par de uma distribuição do peso equilibrada entre os dois eixos graças à colocação da bateria de iões de lítio sob o piso.
Bateria que conta com a contribuição de uma bomba de calor para uma eficaz refrigeração líquida capaz de controlar de forma mais eficiente o calor desenvolvido em especial durante as cargas mais rápidas quem que a bateria recupera 80 por cento da sua energia em menos de 30 minutos.
Dos poucos quilómetros que já efetuámos ao volante do Mazda MX 30 pela cidade de Lisboa, durante esta apresentação nacional, deu para ver a grande fiabilidade da autonomia anunciada a cada momento. O consumo andou durante essa curta experiência à volta dos 17 kWh/100 Km, um valor que pode ser melhorado se utilizarmos uma regeneração mais intensa bastando para isso usar as patilhas situadas atrás do volante.
Na verdade, todo e qualquer veículo elétrico é o único que enche o depósito (leia-se bateria) em andamento! Dai que a sua autonomia seja maior na cidade, cenário onde aproveitamos mais a energia cinética desenvolvida nas travagens e nas desacelerações.
Tecnologia inteligente
Com a eletrificação a crescer, a mobilidade elétrica representa hoje uma quota importante no mix das vendas ao ponto de ter invertido o protagonismo dos Diesel!
Porém isso não impediu que a Mazda não esteja disposta a desenvolver uma nova geração de motores Diesel usando tecnologias inovadoras e menos poluentes considerando que essa solução energética faz parte das soluções que a Mazda tem em carteira. Uma carteira que no futuro poderá contar com uma versão do MX 30 com extensor de autonomia.
Considerando os pressupostos apresentados para não ter versões com baterias maiores num carro que sendo de cidade é grande para se movimentar apenas nesse cenário, faz todo o sentido que o caminho passe por uma solução alternativa, e o extensor de autonomia é uma hipótese que se enquadra dentro de uma filosofia de diferenciação inteligente que a marca criada em 1920 tem vindo a apresentar.
A partir de 34 540 euros
A sua comercialização imediata, conta com duas versões (First Edition e Excelence), e se a primeira custa 34 540 euros a segunda mais equipada tem um valor que varia dos 35 250 euros até aos 39 760 euros. Um valor que no caso das empresas conta com a dedução do IVA, uma oferta de 3000 euros nesta fase de lançamento e um desconto associado ao financiamento proposto pela Mazda.
Com todas estas deduções, o MX 30 pode ficar pela módica quantia de 23 mil euros. Não sendo uma verdadeira pechincha é um valor atrativo face à tecnologia, à filosofia e aos conteúdos ou equipamentos.
Estes incluem as ajudas mais relevantes e comuns aos outros modelos da marca nomeadamente aos SUV tradicionais onde a Mazda tem investido bastante, é o caso do do "Eletric G-Vectoring Control Plus" que torna a condução do MX 30 mais segura e emocionante.