Numa altura em que sua oferta elétrica, na Europa, se resume ao MX-30, a Mazda acaba de confirmar o lançamento de um novo elétrico, bem mais exuberante e estatutário, no Velho Continente. Oriundo da China, onde foi apresentado em abril último, o EZ-6 assume-se, desde já, como o próximo rival do incontornável Tesla Model 3!
Inicialmente encarado como o sucessor 100% elétrico do atual Mazda 6, o EZ-6 é, hoje em dia, bem mais do que isso, ao ser produzido na China, pela joint-venture constituída pelo fabricante japonês e a chinesa Changan, na forma de uma berlina com 4,9 metros de comprimento e uma distância entre eixos de 2,9 metros. Dimensões que, entre outras coisas, o colocam como um rival perfeito de propostas como o Tesla Model 3 ou o BMW i4, dois dos EV mais populares na Europa.
No mercado chinês, o EZ-6, que não tem qualquer ligação técnica ao atual Mazda 6, recorre a uma plataforma modular fornecida pela Changan, denominada EPA, na qual é aplicada um só motor elétrico, a enviar os seus 221 cv de potência máxima, apenas para as rodas traseiras. Isto, ao mesmo tempo que anuncia uma autonomia a rondar os 600 km, ou, então e na também existente versão com extensor de autonomia, uns impressionantes 1.198 km!
Desenvolvido na China, mas com a colaboração dos engenheiros do centro europeu de Investigação e Desenvolvimento da Mazda localizado na Alemanha (os quais viajaram, inclusive, para o "Império de Meio", de forma a participar no processo), o EZ-6 ostenta, ainda, o mesmo espírito 'jinba ittai' ("cavalo e cavaleiro como um só", em japonês) que esteve na génese do desenvolvimento do atual Mazda 6, com uma distribuição de pesos de 50:50, suspensão traseira multi-link, mais um spoiler traseiro que sobe de forma automática e que ajuda à estabilidade quando a velocidades mais elevadas.
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Já quanto ao habitáculo, as imagens divulgadas anunciam um interior minimalista, mas luxuoso e a procurar transmitir qualidade, do qual fazem parte equipamentos como um ecrã táctil de 14" para o sistema de infoentretenimento, com interruptores tácteis no volante, além de controlo por voz.
Apontado à internacionalização
Entretanto e embora, inicialmente, a Mazda não tivesse manifestado qualquer intenção de comercializar este modelo fora da China, o fabricante japonês acaba de assinar um "acordo de cooperação para exportação de veículos" com a Changan Mazda, a qual se tornará, inclusivamente, o parceiro exclusivo para a Pesquisa e Desenvolvimento de veículos a novas energias, com destino, tanto para o mercado chinês, como europeu, já a partir do próximo outono", revela o construtor de Hiroshima.
No seguimento desta decisão, o EZ-6 será "o primeiro veículo global impulsionado a novas energias da Mazda", com o fabricante nipónico a prometer que as primeiras unidades chegarão, a ambos os mercados, já a partir do outono.
Quanto a preços, ainda nada está decidido, embora seja de esperar valores não propriamente baixos, até porque a Changan está entre os fabricantes chineses para os quais a União Europeia estipulou uma taxa aduaneira de 20,8%.
Desconhecido é, também, se as duas variantes - EV e EV com extensor de autonomia - serão comercializadas na Europa, ou se, pelo contrário, e até por uma questão de preço, apenas a versão mais básica chegará aos mercados do Velho Continente.
Mais a caminho?
A terminar, recordar apenas que, no último Salão Automóvel de Pequim, em Abril, Mazda e Changan mostraram, ainda, o concept Arata, estudo que as duas companhias descreveram como a sua visão de um SUV 100% elétrico, baseado na mesma plataforma EPA.
De resto, as empresas assumiram, logo aí, a intenção de o lançar na China, muito provavelmente já em 2025, não confirmando, no entanto, a hipótese deste poder ultrapassar as fronteiras do "Império do Meio".