Mazda CX-5 2.0 e-Skyactiv G 165 cv Takumi. Quase ao nível dos premium

O Mazda CX-5 é um dos melhores SUV médios que estão disponíveis no mercado e está quase ao nível dos premium. Oferece...

O Mazda CX-5 é um dos melhores SUV médios que estão disponíveis no mercado e está quase ao nível dos premium. Oferece uma boa relação preço / equipamento e a qualidade de construção está acima da média. O motor na gasolina de 2,0 litros com 165 cv revelou-se eficiente e competente para utilização familiar. Um dos aspetos a melhorar é a firmeza da suspensão sobretudo em pisos mais degradados

Jinba Ittai é a expressão japonesa que representa a unidade entre cavaleiro e cavalo. Esta ideologia também inspira a Mazda, sendo algo que a marca considera como a receita secreta para o sucesso de modelos como o CX-5 no mercado europeu, sendo responsável por cerca de 26% das vendas totais.

No entanto, num ambiente cada vez mais competitivo no segmento dos SUV familiares é necessário mais do que a filosofia japonesa para o CX-5 enfrentar os seus concorrentes em pé de igualdade pelo que a Mazda foi introduzindo sucessivas atualizações no seu modelo. 

O Mazda CX-5 é um SUV de cinco lugares, cujas dimensões exteriores, com um comprimento de 4,76 metros, permitem uma utilização no dia a dia sem grandes constrangimentos, designadamente em ambiente urbano. 

O principal problema do CX-5 está relacionado com o posicionamento aspiracionalmente premium da própria Mazda. Na prática, isso significa que, não obstante as suas inegáveis qualidades, continua a apresentar-se ao mercado com um déficit de imagem relativamente a concorrentes como o Audi Q5, BMW X3 ou Mercedes-Benz GLS, mas num patamar ligeiramente superior ao Citroën C5 Aircross, Peugeot 3008, Seat Ateca, Toyota RAV ou mesmo ao DS 7.

Takumi é versão de topo

O SUV de segmento C da Mazda recebeu uma atualização estética em 2023 e passou a contar com um novo nível de equipamento Takumi, que agora é a versão de topo e corresponde à unidade ensaiada. 

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Exteriormente, o CX-5 Takumi apresenta uma só cor de carroçaria, sublinhando as formas do estilo Kodo. O desenho da grelha frontal possui um conjunto tridimensional de orifícios que parecem flutuar na sua face, proporcionando uma aparência mais profunda. A asa de assinatura, que se expande para fora da grelha, foi redesenhada com formas superficiais em vez de linhas, assumindo o aspeto de uma estrutura robusta. 

Os grupos óticos dianteiros e traseiros integram quatro lâmpadas oblongas, conferindo uma imagem mais vincada.    

Qualidade de construção

Ao entrarem no habitáculo, os ocupantes encontram bancos com estofos em pele Nappa e texturas dos acabamentos em grão de madeira não só no painel de bordo, mas, também, nos painéis das portas dianteiras e traseiras.

A qualidade de construção é indiscutivelmente um dos argumentos do SUV-C da Mazda, só superada por concorrentes premium como o Audi Q5 ou o BMW X3. A maioria das superfícies são suaves ao toque e aquelas que não são estão bem escondidas. 

O painel de bordo está bem organizado e tudo está exatamente onde se espera encontrar. Será de referir que não se consegue encontrar um único botão sensível ao toque nem qualquer ecrã tátil porque a Mazda entende isso contribui para distrair o condutor.

Por esse motivo, o monitor central de 10,25" é controlado por um comando giratório, localizado entre os assentos dianteiros. Isso, no entanto, dificulta a pesquisa de localizações no sistema de navegação, que é de série. Por outro lado, o painel de instrumentos TFT de 7" continua a apresentar um grafismo analógico.

Para manter o condutor concentrado no trânsito e nas condições da estrada, o CX-5 Takumi possui o sistema de projeção no pára-brisas (Head-Up Display) que exibe informações como a velocidade instantânea, sinais de trânsito, entre outros. 

Espaço a bordo

O espaço a bordo nos lugares dianteiros está ao nível dos principais concorrentes do segmento. Isto significa que existe altura suficiente para adultos de estatura mais elevada, assim como espaço para as pernas. O CX-5 oferece bolsas fundas nas portas dianteiras, um suporte para copos na base da consola central e outros dois entre os bancos. 

Passando aos lugares traseiros, dois passageiros de estatura elevada não terão dificuldades em viajarem confortavelmente a bordo do CX-5, já que contam com bastante espaço para a cabeça e para as pernas. O ocupante do assento do meio terá menos altura para a cabeça porque o banco está ligeiramente elevado. 

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De qualquer maneira, a largura para três ocupantes é apenas suficiente, pelo que é possível acomodar três passageiros, mas vão apertados Os assentos traseiros beneficiam de um mecanismo de reclinação de duas posições, permitindo viajar mais confortavelmente em trajetos mais longos.

A bagageira oferece um volume útil de 522 litros que pode ser ampliado até aos 1395 litros com o rebatimento dos assentos traseiros numa configuração 40/20/40.   

Ao volante

Quem aprecia uma posição de condução elevada vai gostar de se sentar ao volante do Mazda CX-5. Encontrar a posição mais confortável também não é complicado, especialmente no nível Takumi que conta com banco do condutor com regulação elétrica em três posições, memória e apoio lombar, enquanto o volante possui ajustamento em inclinação e profundidade.

Os pilares finos do pára-brisas e a elevada posição de condução garantem uma boa visibilidade para a frente e para os lados. Para trás nem tanto porque os pilares traseiros são grossos. Para facilitar as manobras, o CX-5 Takumi vem equipado com sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, além de câmara com visão panorâmica 360º. 

Carregando no botão de ignição localizado ao lado do volante entra em funcionamento o motor a gasolina de quatro cilindros de 1998 cc que no caso da unidade ensaiada desenvolve uma potência de 165 cv às 6000 rpm e um binário de 213 Nm às 4000 rpm, transmitidos às rodas dianteiras por uma caixa manual de seis velocidades, precisa e bem escalonada.  

A Mazda não recorre a turbocompressores para aumentar o rendimento dos seus motores a gasolina, o que a torna atualmente num caso quase único entre os fabricantes. Isso significa que apesar de ser mais potente do que alguns concorrentes com motores mais pequenos, as prestações não são melhores. 

Além disso também é menos elástico a baixas rotações pelo que subir de regime até às 3000 rpm para conseguir extrair o rendimento necessário, obrigando a recorrer com frequência ao seletor da transmissão. Como consequência, para acelerar dos 0 aos 100 km/h são necessários 10,5 segundos, valor aceitável para um familiar. A velocidade máxima, por seu lado, está limitada eletronicamente a 201 km/h.  

Em termos de consumo de combustível, o valor registado pelo computador de bordo de 6,8 l/100 km é idêntico ao anunciado pela marca em ciclo WLTP, o que se deve, em parte, à adoção de um sistema híbrido suave (mild-hybrid) com gerador de arranque integrado, bateria de iões de lítio de 24V e desativação de cilindros

Assistência à condução

No que se refere à suspensão, esta revelou-se excessiva dura, se o veículo estiver equipado com jantes de 19", sendo este um dos pontos negativos do CX-5. Não é que seja desconfortável, mas nas passagens pelas lombas tem dificuldades em vencer os desníveis, o que se traduz em solavancos excessivos, penalizando o conforto.

Por outro lado e graças à maior dureza da suspensão, a carroçaria não adorna muito em curva e abordar as curvas com maior elevada confiança. A direção é mais rápida do que seria de esperar num automóvel destas dimensões e demora algum tempo até uma pessoa se habituar. Quando já se está familiarizado revela-se bastante precisa e responde com facilidade.

Para apoiar a condução, o nível de equipamento Takumi integra, de série, vários sistemas de assistência de que destacamos o sempre útil assistente de ângulos mortos, o assistente de saída de faixa de rodagem, reconhecimento de sinais de trânsito, sistema de travagem de emergência. 

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Para viagens mais longas está disponível o sistema Mazda Radar Cruise Control, ativado por comandos no lado direito do volante multifunções, que combina o regulador da velocidade de cruzeiro com o assistente de manutenção da distância para o veículo da frente, o que permite disponibilizar um sistema de condução autónoma de nível 2. Há quem não goste, mas em certas situações é bastante prático.

Conclusão 

A versão topo de gama do Mazda CX-5, Takumi, equipada com a motorização a gasolina de 2,0 litros com 165 cv é proposta por 46.139 euros e conta com um equipamento de série bastante completo, onde nem falta sistema de navegação, ar condicionado automático, cruise control adapativo, entre outros. O único opcional é mesmo a cor da da carroçaria, que no caso da unidade ensaiada custa 800 euros.

O Mazda CX-5 é um dos melhores SUV familiares que se encontram em comercialização no mercado nacional, sendo uma alternativa interessante face aos concorrentes de marcas premium. A qualidade de construção está acima da média, enquanto o espaço a bordo é mais do que suficiente para quatro adultos, embora também possam viajar cinco, mais apertados. A motorização a gasolina de 165 cv revelou-se suficiente para uma utilização familiar e os consumos não são excessivamente elevados. 

O principal ponto negativo será a suspensão, que se revelou demasiado rija, penalizando o conforto a bordo em pisos mais degradados. Um aspeto a rever no futuro pelos engenheiros da marca de Hiroshima.

Mazda CX-5 2.0 e-Skyactiv G 165 cv Takumi

Preço 46 139€ (46 939€ versão ensaiada)

Motor Gasolina 4 cil, 1998 cc
Potência 165 cv às 6000 rpm
Binário 213 Nm às 4000 rpm
Transmissão Man, 6 vel
Tração Diant.
Peso 1624 kg
Comp./Larg./Alt. 4,76/1,85/1,68 m
Dist. entre eixos 2,70 m
Bagageira 522 - 1395 l
Desempenho 10,5 s 0-100 km/h; 202 km/h Vel. Máx.
Consumo 6,8 (6,8*) l/100 km
Emissões 146 g/km

* Medições Turbo

GOSTÁMOS

- Qualidade construção
- Espaço
- Direção

NÃO GOSTÁMOS

- Motor baixos regimes
- Suspensão rija
- Sistema navegação