A Bergé Auto assegurou a representação da marca Maxus para o mercado nacional. Numa primeira fase, a oferta vai ser constituída por três modelos, incluindo dois elétricos e um diesel: e-Deliver 3, e-Deliver 9 e Deliver 9.
A Bergé Auto vai assegurar a distribuição no mercado nacional da marca Maxus, especializada em MPV, SUV, pick-up e comerciais ligeiras. Herdeira do património histórico da LDV (Leyland DAF Vans) é atualmente um marca do universo SAIC Motor Corporation, o maior construtor automóvel da China e sexto maior a nível mundial.
A Bergé Auto irá lançar a marca Maxus no segundo trimestre deste ano, com uma gama centrada em comerciais ligeiros, beneficiando da sua capacidade instalada em Portugal, designadamente ao nível comercial e de após-venda. Francisco Morais, responsável de comunicação e marketing da Maxus em Portugal, adianta alguns detalhes sobre a estratégia, oferta e posicionamento desta nova marca no nosso país, referindo que o arranque comercial está previsto para meados do segundo semestre. A rede de concessionários está em construção e irá assegurar uma cobertura de todo o território nacional.
O Grupo Bergé anunciou o lançamento de uma nova marca no mercado nacional, a Maxus. Porque motivo decidiu apostar nesta marca, especializada em comerciais ligeiros e cujas origens remontam à centenária LDV (Leyland DAF Vans)?
O Grupo Bergé Auto tem construído um capital de presença em vários mercados ao longo de mais de quatro décadas de atividade e tem assumido a internacionalização como um fator decisivo no processo de expansão das suas operações, nomeadamente, na Europa onde tem reforçado a sua presença de forma particularmente acentuada.
O acordo com a Alcopa (Grupo de origem belga), do qual resultou uma joint venture para a distribuidora Alcomotive, abriu a representação, para além da Maxus, de outras marcas em mercados europeus onde até então o Grupo Bergé Auto não estava presente, tais como a Alemanha, Áustria, Luxemburgo ou Holanda.
Como player global, a Bergé Auto aposta na transformação digital aplicada ao mercado automóvel e em novas formas de mobilidade. A inclusão da Maxus no seu portefólio de marcas faz todo o sentido, num mercado global onde as tendências apontam, cada vez mais, para soluções de mobilidade sustentáveis e energeticamente mais eficientes. Os produtos Maxus são a materialização dessa visão e uma resposta a essas mesmas tendências.
Dois modelos elétricos e um diesel
A Maxus é detida pela SAIC, o maior construtor automóvel chinês, com mais de 215 mil colaboradores e dez unidades de produção espalhados pela Ásia. Isso constitui mais um factor de confiança na marca, não só para o distribuidor como também para o cliente?
É, sem dúvida, um fator de confiança para todos os intervenientes. Como distribuidores, temos orgulho em dar continuidade a uma filosofia de criação de parcerias estratégicas com os principais grupos da indústria automóvel global.
Representar a Maxus, marca do universo SAIC, significa aliarmo-nos ao maior construtor automóvel da China e sexto maior do Mundo. Trabalhar em parceria com um grupo líder de mercado, com a dimensão e know how que apresenta, é possibilitarmos a partilha de todas essas valências também aos nossos concessionários, recursos humanos internos e, em última instância, ao cliente que será quem mais beneficiará deste ambiente.
Quando se inicia a comercialização da marca Maxus em Portugal? Como será constituída a oferta que será disponibilizada no mercado nacional? Quais vão ser ser as principais apostas e quais as expectativas?
O lançamento da Maxus em Portugal está previsto para meados do segundo trimestre. Iniciaremos com a comercialização da gama VAN 100% elétrica, com a introdução do e-Deliver 3 e e-Deliver 9, bem como do Deliver 9, este último com motorização diesel na configuração VAN e Chassis Cabina.
A introdução destes três modelos assinala o arranque da marca no mercado nacional, sendo que, prestaremos especial atenção às versões VAN EV (e-Deliver 3 e e-Deliver 9), seja pelas suas caraterísticas diferenciadoras, seja pelo desafio inerente ao segmento onde se inserem.
Volumes úteis de 4,8 m3 a 11,5 m3
Quais são as principais caraterísticas técnicas dos modelos a serem lançados e quais os principais argumentos face aos concorrentes?
O furgão e-Delivey 3 terá duas versões em termos de tamanho (Short Wheel base de 4,8 m3 e Long Wheel base de 6,3 m3), ambas equipadas com um motor elétrico de 90 kW (121 cv). Cada uma destas versões será alimentada por duas de baterias, com capacidade de 35 kWh e 52,2 kWh.
No que respeita a modelo e-Delivery 9, contará com as versões L2H2 e L3H2, com 9,7 e 11 m3, respetivamente e com soluções de bateria desde os 5,1 kWh até aos 88,5 kWh. A breve prazo irão integrar ainda a Gama e-Deliver 9 as versões L3H2 e L3H3 na configuração de cabina dupla.
Finalmente, a versão Diesel 2.0T, denominada Delivery 9, vem equipada com um motor de 163 cv e será oferecida em duas configurações: L2H2 e L3H2 com 10,2 m3 e 11,5 m3 e com uma carga útil que pode ir até aos 1290 kg
Tecnologias de vanguarda
A estratégia de desenvolvimento da Maxus baseia-se na eletrificação e da conectividade. Nestas áreas o que está previsto para o mercado nacional, designadamente ao nível de soluções de carregamento dos veículos elétricos?
Ao nível da oferta de comerciais ligeiros totalmente elétricos, os produtos Maxus são o resultado da adoção de tecnologias de vanguarda que conferem benefícios reais aos utilizadores, os quais, quando falamos em viaturas profissionais, se traduzem em autonomia e capacidade de carga.
Nesses dois domínios, as várias configurações de chassis que estarão disponíveis proporcionam dados muito interessantes. A gama de furgões elétricos atingirá, dependendo da versão, autonomias em regime urbano acima dos 350 kms (WLTP) e cargas úteis até 1200 Kg.
Relativamente às soluções de baterias, o carregamento lento (AC) varia entre seis a oito horas e em carregamento rápido (DC) 80% da bateria é alimentada entre 40 a 45 minutos.
A estes dados, junta-se uma tendência interessante no que respeita ao mercado em si. De facto, perspetiva-se que a quota de EV na Europa possa chegar aos 16% em 2021. Para dar resposta ao aumento de viaturas elétricas em circulação a quantidade de postos de carregamento disponíveis tem igualmente aumentado de forma acentuada. No caso de Portugal, veja-se o recente anúncio da Brisa, por exemplo, que anunciou o aumento da rede de carregadores rápidos e ultrarrápidos nas autoestradas portuguesas.
Rede de concessionários em todo o território
Como será constituída a rede de vendas e após-venda da Maxus?
Estamos atualmente a construir a rede de concessionários e as perspetivas são muito animadoras no que respeita ao interesse e intenções manifestadas pelos vários operadores de retalho com quem estamos em negociações. A sua implementação será progressiva e compreenderá o desenvolvimento de uma rede comercial e de assistência abrangente e com cobertura a todo o território continental e ilhas.
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Importa reforçar que a vertente de serviço será fundamental já que estamos a falar de viaturas de uso profissional, pelo que a capacidade de resposta da rede relativamente a serviços de assistência, peças e após venda em geral são fatores críticos para a resposta que daremos ao cliente e ao mercado.
Em termos de preços, qual será o posicionamento da Maxus?
A estratégia de pricing é particularmente importante na escolha de viaturas que se destinam a um uso profissional, tal como os custos de manutenção, as capacidades de carga e as autonomias associadas aos vários produtos. Estamos ativamente a trabalhar sobre todas essas componentes de competitividade, analisando o mercado, nomeadamente, a introdução de novos concorrentes no segmento dos comerciais ligeiros 100% elétricos, para que possamos estabelecer critérios adequados ao tipo de produtos que oferecemos, por um lado, e à sua competitividade nos vários segmentos, por outro.
Duas variáveis
Quais os objetivos da nova marca Maxus para o mercado nacional?
Centraremos a nossa abordagem em duas variáveis fundamentais. Uma variável qualitativa, que respeita à introdução de uma nova marca no mercado e ao desenvolvimento de uma rede de distribuidores profissional e capaz de corresponder ás exigências do mercado e do consumidor, com todos os desafios que tal cenário levanta, seja na definição da politica de comunicação a adotar (que determinará a perceção do cliente perante um novo produto), seja na adequada formação e especialização dos nossos recursos humanos na área das vendas e de após-venda, como garantes da prestação de um serviço que vá de encontro ás expectativas do consumidor.
Por outro lado, quantitativamente, e considerando que este será um ano de introdução sem atividade comercial durante o primeiro trimestre, o objetivo da marca Maxus em Portugal será atingir um total de 180 unidades.
Entrevista publicada originalmente na Turbo Comerciais 42 - março / abril de 2021