E eis que, depois de muita expectativa, a Maserati dá, finalmente, a conhecer e de forma oficial, o seu mais recente SUV, o Grecale. Proposta ainda para este ano, a prometer muito espaço e conforto, além de motores eletrificados e potentes, também como forma de acentuar a prometida rivalidade com o Porsche Macan.
Recorrendo a mesma arquitectura que serve de base, por exemplo, ao "primo" Alfa Romeo Stelvio, a já bem conhecida plataforma Giorgio, mas que a marca do tridente garante ter sido ajustada de forma a corresponder àquilo que é o DNA da marca de Modena, o Maserati Grecale chega, no entanto e desde já, com uma pesada herança à costas.
Desde logo e até em virtude do segmento em que se insere, o cada vez mais competitivo C-SUV premium, com a exigência de atingir volumes de vendas bem superiores aos do "irmão maior" Levante, procurando disputar, igualmente, clientes, com aquele a própria Maserati aponta como o seu rival directo: o Porsche Macan.
De resto, colocado frente-a-frente com a concorrência, tanto externa, como até mesmo interna, o Maserati Grecale anuncia-se com formas particularmente voluptuosas, mas também desportivas, das quais sobressai a já típica e generosa grelha frontal. Tudo isto num corpo que, com os seus 4,846 m de comprimento, mostra-se, por exemplo, 15 cm mais curto que o "irmão" Levante, mas também 13 cm mais comprido que o rival Macan.
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Aliás, o SUV de Modena ganha ao alemão também na distância entre eixos (10 cm), ao anunciar 2,091 m a separarem os dois conjuntos de rodas. Sendo que, com este "atirar" dos eixos para os extremos de uma carroçaria que contempla ainda uma largura de 2,163 m e uma altura de 1,670 m, o Grecale consegue, inclusivamente, anunciar mais 8,3 cm entre eixos que o "primo" Alfa Romeo Stelvio.
Como reflexo deste esforço, um espaço e conforto nos lugares traseiros que a marca do tridente garante, desde já, serem referenciais para a classe. Com o Grecale a anunciar igualmente ganhos na bagageira, onde consegue prometer mais 10 litros (535 litros) na capacidade de carga que o Stelvio e, principalmente, quase mais 80 litros que o Macan!
Com três tipos de acabamento
Produzido na fábrica de Cassino, em Itália, o Grecale promete chegar aos concessionários com três níveis de acabamento distintos - GT, o nível de entrada; Modena, o intermédio; e Trofeo, o topo de gama -, com a versão base, GT, a apostar num Bronzo Opaco como cor exterior de lançamento, conjugada com jantes em liga leve de 19" (20" ou 21" em opção), inserções exteriores e ponteiras de escape em cromada, além de e já no interior, inserções em pele Saffiano e revestimentos em pele em cor de chocolate, greige, ou preto intenso, com costuras contrastantes.
Já o acabamento Modena, aponta, segundo a Maserati, aos entusiastas do desporto, graças a uma cor de lançamento Grigio Cangiante, acompanhada de jantes em liga leve de 20" e acabamentos em preto brilhante, assim como e já no habitáculo, motivos bordados com costuras com aplicações em madeira de freixo Dark Ash Burl.
Finalmente, o topo de gama Trofeo, incorpora a faceta mais extrema da Maserati, traduzida na cor de lançamento Giallo Modenese, jantes em liga leve de 21" e inserções em fibra de carbono, acompanhados de materiais de alta performance, como a fibra de carbono tridimensional, a pele preta perfurada e as costuras contrastantes em amarelo ou vermelho, no interior.
Tecnologicamente enriquecido
Igualmente com uma presença forte, em qualquer um dos ambientes deste Grecale, a digitalização, neste caso, materializada em vários ecrãs, dos quais se destaca o duplo ecrã central, composto por um monitor central de 12,3", acompanhado de um segundo ecrã de 8,8", para comandos adicionais. E a que se junta ainda um painel de instrumentos também ele 100% digital e configurável, ou até mesmo um avançado, mas opcional, head-up display.
Igualmente novidade, é o sistema multimédia Maserati Intelligent Assistant (MIA), o qual tem na base o sistema operativo Android Auto, passível de ser configurado com múltiplos ecrãs baseados em abas, que incluem as funções favoritas ou mais utilizadas. Permitindo, ainda, conectar dois smartphones ao mesmo tempo, via Bluetooth, além de oferecer controlo por voz das funções de bordo, navegação por GPS, e o Maserati Connect. Sem esquecer o sistema de som fornecido pelos especialistas italianos da Sonus Faber, com uma potência de até 1000W.
Já no domínio da condução, destaque para o novo sistema Vehicle Dynamic Control Module (VDCM), evolução directa do sistema de controlo de chassis CDCM que está disponível no Maserati MC20, e que procura criar uma clara distinção entre os vários modos de condução, sem perder o ADN Maserati.
À disposição do condutor passam, assim, a estar disponíveis cinco modos de condução - Comfort, GT, Sport, Race e Off-Road -, com o primeiro a apresentar-se como a opção ideal para um uso quotidiano; o GT, para uma aceleração mais estruturada, sem comprometer a eficiência ou a suavidade nas passagens da caixa automática ZF de oito velocidades com patilhas no volante; e o Sport, com a sensibilidade do pedal do acelerador e trocas de mudanças a serem ajustadas para a máxima performance, ao mesmo tempo que as válvulas do escape activas estão sempre abertas. Sendo que, a par destes aspectos, a própria posição de condução é rebaixada 15 mm com o modo 'Aero' activado e até a direcção fica mais firme e reactiva.
Quanto ao modo Race (Corsa em italiano), está disponível apenas na versão e motorização de topo, Trofeo, primando por uma resposta da parte de componentes como os pedais ou caixa de velocidades extremamente enérgica e reactiva, conjugada com uma acção menos interventiva da parte do controlo de tracção e com a disponibilização do Launch Control.
Já o modo Off-Road, destinado a um melhor desempenho fora de estrada, destaca-se por evidenciar passagens de caixa mais graduais, o limitador de rotações é ativado, e a distância ao solo passa a ser a maior - mais de 20 mm. Algo só possível fruto da presença de uma suspensão pneumática que, com um curso total que chega aos 65 mm, também faz com que a carroçaria possa descer 35 mm, quando no modo estacionamento, de forma a facilitar o acesso e a saída dos passageiros.
Com blocos Mild Hybrid... e Nettuno
Finalmente e sobre os motores à disposição neste Maserati Grecale, a Maserati tem previsto lançar o seu novo SUV com dois motorizações Mild Hybrid, além de, como bloco mais potente, o já conhecido V6 3.0 Nettuno, embora numa versão ligeiramente menos potente que os 630 cv anunciados por este mesmo bloco, no superdesportivo MC20.
No entanto e começando pelas motorizações micro-híbridas, o mesmo quatro cilindros 2.0 litros combinado com um sistema Mild Hybrid de 48V, que por sua vez é sinónimo da presença de um gerador/motor de arranque acionado por correia (BSG), uma bateria de 48V, um e-Booster e um conversor CC/CC. Com as diferenças entre ambos a centrarem-se, no entanto, na potência, com a versão de entrada GT a anunciar 300 cv, ao passo que a versão Modena promete mais 30 cv.
Quanto a prestações e consumos, a promessa, no caso da versão GT, de uma aceleração 0-100 km/h em 5,6s, conjugada com um consumo combinado de 8,7-9,2 l/100 km WLTC e emissões de CO2 de 198-208 g/km, enquanto a versão Modena anuncia 5,3s, com consumos de 8,8-9,3 l/100 km e emissões de 199-2010 g/km. Iguais, apenas na velocidade máxima: 240 km/h.
Passando ao V6 3.0 Twin Turbo com sistema de combustão Maserati Twin Combustion (MTC) e disponível apenas na versão de topo Trofeo, o anúncio de um potência máxima de 530 cv - bem mais, portanto, do que os 440 cv do Macan GTS -, a par de um binário 620 Nm disponível entre as 3000-5500 rpm, valores que lhe permitem anunciar uma aceleração 0-100 km/h em 3,8s, a par de uma velocidade máxima de 285 km/h. Tudo isto, com consumos de 11,2 l/100 km WLTC e emissões de CO2 de 254 g/km.
Cerca de um ano após o início da comercialização deste modelo, a chegada daquela que será a primeira motorização 100% elétrica disponível num SUV da marca do tridente e que adoptará designação Grecale Folgore. Este último, o nome escolhido pelo fabricante para diferenciar os seus futuros modelos 100% elétricos a bateria.
Sobre este Grecale zero emissões, a promessa, desde já, da presença de uma bateria de 105 kWh, com tecnologia de 400V, assim como de um binário até 800 Nm. Sendo que o modelo será igualmente reconhecido pela exclusiva cor Rame Folgore (cobre).
Para o segundo semestre de 2022
A terminar, a Maserati garante, ainda, que o novo Maserati Grecale estará disponível já no segundo semestre de 2022. Por preços, no entanto, ainda por definir.