Algumas marcas foram "apanhadas" nos Estados Unidos a venderem dados às seguradoras, transmitidos através dos sistemas de conectividade dos veículos, sem autorização nem conhecimento dos condutores. Resta saber se o mesmo também ocorre noutras paragens, apesar de ser proibido por lei.
Os veículos novos vêm equipados com sistemas avançados de conectividade que permitem partilhar centenas de terabytes de informação com as marcas, acerca da viatura, do condutor e e meio envolvente, que as podem utilizar para determinadas finalidades.
Uma delas consiste na monitorização dos veículos, os quais enviam alertas quando existem potenciais problemas mecânicos, permitindo intervir prematuramente. Em muitos casos isto é benéfico para os utilizadores. Noutros nem tanto.
Recentemente, algumas marcas foram apanhadas nos Estados Unidos a vender dados dos veículos e dos condutores às seguradoras. Isso levou o Procurador Geral do Texas a abrir um inquérito a algumas marcas que recolhem e vendem dados dos condutores sem autorização dos mesmos nem qualquer aviso.
O Procurador Geral do Texas vai abrir um inquérito às empresas que violam ao a lei estadual sobre práticas comerciais enganosas aos consumidores, permitindo às autoridades investigar empresas por actos falsos, enganadores ou ilusórios. O gabinete já solicitou informação aos fabricantes envolvidos e também a terceiros, a quem terão sido vendidos dados.
Várias marcas sob investigação
O Procurador Geral do Texas considera que o armazenamento não autorizado de dados é "invasivo" e "perturbador", sublinhando que exige uma investigação aprofundada.
Uma publicação norte-americana noticiou que o gabinete do Procurador Geral do Texas enviou citações em abril a pelo menos quatro fabricantes - Kia, General Motors, Subaru e Mitsubishi. As autoridades procuram documentos oficiais das empresas acerca dos pedidos feitos aos clientes relativos à extensão das práticas de armazenamento de dados e a sua venda a outras entidades.
A investigação surge depois do New York Times ter revelado em março que a General Motors, Kia, Subaru e Mitsubishi partilharam dados a um portal para seguradoras. Como consequência,. alguns condutores de veículos da General Motors viram agravadas os valores a pagar das suas apólices.
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As autoridades norte-americanas também acusaram a Toyota, BMW, Nissan, Mazda, Mercedes-Benz e outras por partilharem os dados de localização dos veículos com a Polícia sem mandado ou ordem do tribunal, levantando ainda mais preocupações relativamente à privacidade.
Os automóveis, recorde-se, conseguem registar e partilhar informação relativo à velocidade, pressão sobre o pedal do travão, tempo a olhar para o ecrã do sistema de comunicação e informação, a qual pode ser muito útil, para o bem e para o mal.