A MAN Portugal vai continuar a investir no nosso país e a manter a estratégia dos últimos anos, que esteve na base do crescimento da marca no mercado nacional, segundo refere David Carlos, diretor-geral da MAN Portugal.
Após 25 anos de presença direta no nosso país, a MAN reconhece Portugal como um mercado estratégico e importante pelo que irá continuar a investir na operação em território nacional, afirma o diretor-geral da MAN Portugal em entrevista à Turbo Frotas & Comerciais.
"Enquanto algumas empresas procuram mudar de estratégia ao fim de 25 anos, a nossa passa pela consolidação do rumo que tomámos nos últimos anos," refere o entrevistado que não hesita em sublinhar que o balanço da atividade da empresa no último quarto de século "não podia ter sido mais positivo".

A MAN Portugal começou como uma estrutura pequena, mas que tem vindo a crescer. "Os últimos anos têm sido interessantes porque o crescimento foi substancialmente maior do que em todos os outros anteriormente", recorda David Carlos. "Isto denota um investimento da marca que quer estar junto dos clientes, nomeadamente com o serviço de após-venda e também com a atividade comercial na região de Lisboa, a qual já é gerida diretamente por nós", acrescenta o responsável.
"As aquisições em Viseu e Aveiro vieram também reforçar a presença da MAN na operação de após-venda", sublinha o diretor-geral da MAN Portugal, o que permitiu garantir uma maior proximidade com os clientes. "Ao fim de 25 anos, uma empresa internacional continua a estar em Portugal e continua a apostar em investir, assim como em fomentar parcerias com os nossos clientes. Por isso permite-nos manter a atividade e pensar em outros projetos para o futuro".
Pandemia roubou proximidade
Nos últimos 25 anos, a MAN Portugal conheceu momentos altos e baixos, alguns deles com um impacto bastante significativo sobre a atividade. "Não nos podemos esquecer que viemos de uma fase em que a pandemia nos roubou proximidade com os clientes", recorda David Carlos. A juntar a isso houve a crise dos semicondutores e a guerra na Ucrânia, que acarretou um conjunto significativo à capacidade produtiva.
"Fomos uns dos principais lesados com a guerra na Ucrânia", reconhece o entrevistado. "Efetivamente foi um grande transtorno e ainda hoje continua a ser um tema sensível. Não podemos negar que foi um dos piores momentos da indústria. Todas as guerras anteriores que existiram na Europa fomentaram a produção industrial; esta, pelo contrário, levantou constrangimentos à produção industrial.

O diretor-geral da MAN Portugal admite que os clientes não ficaram satisfeitos com os atrasos nas entregas. "Ninguém reage bem quando vendemos uma ferramenta de trabalho. Não vendemos produtos emocionais nem que acresçam valor emocional aos nossos clientes. Os nossos produtos são camiões, autocarros e comerciais ligeiros. Era utópico dizer que os nossos clientes estão satisfeitos. Obviamente que não estão", reconhece. "Temos consciência disso!"
Transparência foi chave de sucesso
Entretanto, a produção já está "completamente regularizada", segundo refere David Carlos, mas ainda existem muitas encomendas em carteira para serem entregues.
Durante todo o processo, a MAN Portugal procurou estar sempre junto em contacto cos os clientes, informando-os das diferentes alterações das datas de produção e dos constragimentos que havia. "Creio que essa foi a chave do sucesso", sublinha. "A transparência é um factor diferenciador", assegura.
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Contudo e como em tudo, o diretor-geral da MAN Portugal considera que existe um reverso da moeda e positivo. "Apesar de não estarem satisfeitos com a demora nas entregas, os clientes que esperaram mais tempo foram recompensados com a qualidade que o nosso produto MAN TG3 trouxe ao mercado, designadamente as mais valias em termos de redução do consumo de combustível", afirma David Carlos.
"Isso proporciona a satisfação que ajuda a ultrapassar tudo aquilo que viveram connosco neste processo", acrescenta. Por outro lado, havia um constrangimento global de produção de produção de viaturas que era extensível a todas as marcas e não afetava apenas a MAN.