Depois do anúncio oficial de que pretende tornar-se uma marca 100% elétrica, a Lotus tem já definido o modelo que será, não só a primeira proposta nova em 12 anos, como também o último Lotus com motor de combustão. Eis o Emira, cuja data de apresentação fica, desde já, agendada para 6 de julho de 2021.
A notícia é avançada pela britânica Autocar, que, sobre aquele que será o último modelo de produção em série com motor de combustão da Lotus, revela ainda o nome escolhido: Emira. Palavra presente em várias línguas antigas e que significa "Comandante".
Ainda sobre este modelo, a mesma publicação acrescenta que o projecto tem vindo a ser desenvolvido sob o nome de código 'Type 131', com o propósito declarado de fazer reviver o espírito do Esprit. Modelo cuja primeira geração, lançada em 1976, foi desenhada pelo designer italiano Giorgetto Giugiaro, tendo sido produzido até 2004.
O Lotus Emira será, também, o primeiro de uma série de produtos que a marca de Hethel tem previsto lançar, ao abrigo do plano estratégico a que deu o nome de 'Vision 80'. E que ganhou força com a aquisição da marca britânica, pelo gigante chinês Zhejiang Geely Holding Group. Por sinal, o mesmo proprietário da sueca Volvo, entre outras marcas.
Estes novos modelos terão por base uma de quatro novas plataformas. Uma das quais, a aspirar a um posicionamento mais premium e que servirá de base para o primeiro SUV na história da marca fundada por Colin Chapman. Além do primeiro modelo elétrico.
LEIA TAMBÉM
Apesar de elétrico. Lotus Evija vai ter o som do V8 do monolugar de F1 de 1967
Quanto ao Emira, as informações recolhidas pela Autocar apontam no sentido de que venha a ser um desportivo exclusivamente térmico, disponível com duas motorizações 100% a gasolina: um quatro cilindros 2.0 Turbo fornecido por um parceiro ainda não apurado, e o já bem mais conhecido V6 3.5 litros de origem Toyota, que o fabricante de Hethel utiliza no Evora.
Apontado, pela própria marca, como um rival directo do Porsche 911, o Lotus Emira será construído com base na plataforma ultra-leve em alumínio da marca britânica, denominada Sports Car Platform (também conhecida, internamente, como Elemental), e que serve de base ao Evora. Embora e para o novo desportivo, a prometer forte evolução.
Quanto à estética da carroçaria, a Lotus revela, desde já, que será fortemente inspirada na do superdesportivo Evija, embora com o Emira a carregar, ainda, a responsabilidade de ser o último modelo da marca com motores exclusivamente a gasolina. Já que, depois dele, todos os futuros modelos Lotus serão, ou híbridos, ou 100% elétricos.
As plataformas para o futuro
De resto, importa recordar que a transição para a mobilidade elétrica, na marca britânica, já teve início, precisamente com o Evija. Hiperdesportivo 100% elétrico, o qual tem por base a nova arquitectura Hypercar do fabricante.
Quanto à terceira plataforma, a qual deverá adoptar o nome de Evolution, será a já referida arquitectura Premium, a utilizar numa extensa gama de "veículos lifestyle", refere a Autocar, destinados a garantir as vendas de maior volume. Como é o caso, por exemplo, do SUV.
Embora desenvolvida, em grande parte, pelos engenheiros britânicos, a Evolution deverá ser produzida numa nova fábrica da Lotus, a erigir em Wuhan, na China.
Finalmente e como quarta e última plataforma, uma arquitectura batizada de Electric Sports Car, a que também terá sido dado o nome de código E Sports, e que foi desenvolvida em conjunto com a marca mais desportiva do Grupo Renault - a Alpine.
Em declarações reproduzidas pela mesma publicação, o novo CEO da Lotus, Matt Windle, garante que esta plataforma será "flexível e modular" e que o primeiro carro a ser construído com esta arquitectura, será "um desportivo excitante e um ícone para a marca Lotus". Sendo que o mesmo responsável acrescenta, ainda, que o objectivo passa por fazer com que este EV tenha "basicamente o mesmo peso dos últimos desportivos Lotus, mas com motor de combustão".