De acelerador a fundo rumo à Mobilidade Elétrica, a britânica Lotus acaba de desvendar o seu segundo modelo 100% elétrico, depois do SUV Eletre - uma berlina desportiva de quatro portas, de nome Emeya. E que passa a ser, também, o carro mais potente e rápido alguma vez comercializado pelo construtor britânico.
Hoje em dia já não propriedade britânica, mas nas mãos dos chineses da Geely, a Lotus cumpre, assim, mais um passo, numa já anunciada transição, para uma nova realidade automobilística, exclusivamente elétrica. Em que, mesmo abdicando por completo da combustão, o fabricante promete manter o posicionamento desportivo.
Sobre este Emeya, que até aqui era conhecido pelo nome de código Type 133 e que é, também, apenas a segunda berlina de quatro portas já produzida pela marca de Hethel (a primeira foi o Carlton, um sedan baseado no Opel Omega, da década de 1990), as novidades começam, desde logo, na aerodinâmica. Com o quatro portas britânico a apresentar a mesma grelha frontal de aletas activas estreada no SUV Eletre, a que junta spoilers dianteiro e traseiro ativos, além de um difusor inspirado na competição e, como tal, também activo.
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De resto e no caso específico do spoiler traseiro, com quase 28 cm de largura, ou seja, mais 10 cm que o estreado no SUV Eletre, consegue gerar uma força descendente de mais de 215 kg, a velocidade não discriminada, refere a Lotus.
Com um habitáculo sustentável e inovador
Igualmente inovadoras, são as soluções encontradas para o habitáculo, onde a Lotus estreia, por exemplo, um novo tipo de fio nos revestimento em tecido, produzido a partir dos resíduos de algodão da indústria da moda e do vestuário, e nunca antes utilizado na indústria automóvel.
A par desta solução, novos processos como a deposição física de vapor (PVD), para acabamentos metálicos em determinadas superfícies da cabine, onde também é possível encontrar Alcantara, ultra-tecido poliuretano e couro Nappa.
Além dos materiais sustentáveis, a presença, ainda, de um novo sistema de som sorround KEF 3D com cancelamento de ruído e um head-up display de realidade aumentada de 55" para acesso rápido a informações importantes. Assim como de espelhos digitais e módulos LiDAR, tal como no Eletre.
Com 600 km de autonomia e 2,8s nos 0-100 km/h
De resto e recorrendo à mesma plataforma do SUV, a já conhecida Electric Premium Architecture (EPA) feita à medida, mas que é também uma variante da Sustainable Experience Architecture (SEA) que os chineses da Geely desenvolveram para outras marcas do grupo, como a Volvo ou a Zeekr, o Lotus Emeya deverá conseguir uma autonomia semelhante à do Eletre, ou seja, cerca de 600 km. Isto, segundo uma previsão WLTP mais optimista e graças a uma bateria de 102 kWh, capaz de carregar a potências até 350 kW.
Também segundo o fabricante, esta solução, embora mais pequena que a instalada no Eletre, consegue recuperar energia para mais 150 quilómetros em apenas 18 minutos de ligação a um carregador rápido de 350 kW. E, desde que, com a bateria entre os 10 e os 80% de carga.
Quanto a prestações, números que elevam esta berlina de tracção às quatro rodas ao patamar dos superdesportivos, com a Lotus a prometer não somente 920 cv de potência e 984 Nm de binário, mas também uma capacidade de aceleração dos 0 aos 100 km/h em 2,8 segundos e uma velocidade máxima de 250 km/h. Com o fabricante a acrescentar que o modelo conta, ainda, com um sistema de travagem "equiparado ao utilizado na competição automóvel", assim como com uma suspensão automaticamente ajustável capaz de analisar à estrada à frente, 1.000 vezes a cada segundo!
[https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/09/LotusEmeyaAprs2023_farolins.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/09/LotusEmeyaAprs2023_opticas.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/09/LotusEmeyaAprs2023_jante.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/09/LotusEmeyaAprs2023_asatraseira.jpg]Produção inicia-se em 2024... sem previsões de entrega
Entretanto, o fabricante britânico agenda para o quarto trimestre de 2023 a divulgação de mais alguns dados sobre este Emeya, cujo início da produção está já previsto para 2024, naquela que é a nova fábrica para veículos Lotus em Wuhan, na China, propriedade da Geely.
Ainda assim e numa altura em que a própria marca britânica assumiu já problemas na cadeia de abastecimento e que levaram, inclusivamente, a que o fabricante apenas tenha entregue 576 unidades do superdesportivo Emira, em 2022, surge a notícia de que a produção, tanto do Emeya, como do Eletre, só deverá ficar estabilizada em 2025. Isto, apesar da Lotus somar já mais de 17.000 pedidos para ambos os elétricos.